Ataques dos Bolsonaros fazem Congresso voltar a discutir manobra para reeleger Maia e Alcolumbre
Certo pelo duvidoso? Atos e discursos autoritários feitos pelos Bolsonaros na última semana reavivaram discussões sobre alterar a Constituição para permitir a reeleição do atual comando do Congresso: Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara e Davi Alcolumbre (DEM-AP) no Senado. Um deputado de centro que era contra a manobra e agora diz que ela deve ser repensada sustenta que é preciso proteger o Parlamento. “Uma forma de fazer é deixá-lo com quem já provou ter equilíbrio para lidar com situações extremas.”
Areia movediça A operação é mais complexa na Câmara. Maia exerce a presidência da Casa pela terceira vez e há, no meio de seus aliados, quem aponte que qualquer passo por mais um mandato pode estremecer o acordo entre o democrata e os partidos que o apoiam de que um nome do PP iria sucedê-lo.
Fins e meios Os críticos da manobra dizem que o Congresso seria muito criticado por agir com casuísmo, alterando a lei para atender a um anseio específico. O temor de que o Legislativo seja acusado de quebrar a ordem vigente para impor limites ao governo também é mencionado.
Lição do passado Já entre os entusiastas da medida há a análise de que a história recente mostra que, em momentos de crise, o Parlamento pode errar —e feio— na escolha de seu comando. Além de Eduardo Cunha, o nome de Severino Cavalcanti, um deputado do baixo clero que foi alçado à presidência após o escândalo do mensalão, é citado.
Sinal amarelo O próprio Rodrigo Maia tem dito que não acha “uma boa ideia” modificar a legislação. Aos aliados, ele indica que o tema precisa ser exaustivamente ponderado antes de qualquer ação. Davi, por sua vez, é mais afeito à mudança.
TIROTEIO
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