Para Arminio Fraga, turbulência política vai impactar recuperação da economia

Nenhum homem é uma ilha Ex-presidente do Banco Central e um dos maiores investidores do país, Arminio Fraga rejeita o discurso feito por larga fatia do mercado, eufórica com a agenda econômica do governo Bolsonaro. Ele não endossa a avaliação de que a recuperação da economia virá independentemente de crises em outros campos. “Se dependesse só do econômico, seria uma boa recuperação, mas os últimos dias demonstram a importância dos fatores políticos, sociais e de costumes para o Brasil”, diz.

Como nuvem Ao Painel, Arminio lembrou que, assim como a política, os mercados são erráticos. Ou seja: se hoje estão em alta, amanhã podem virar para baixo. Ele têm sob sua batuta R$ 12,4 bilhões em investimentos.

Pé no chão Enquanto a Bolsa bate novos recordes, números da economia real ainda mostram que a recuperação demora a engrenar. Após os dados de setembro, economistas preveem que a produção industrial fechará o ano no negativo. E o emprego que vem crescendo é o informal, ou seja, o menos qualificado.

Orelha quente A visão de Arminio é compartilhada por integrantes da cúpula do Legislativo e por governadores que, nos últimos meses, viajaram para fora do país ou receberam embaixadores.

Orelha quente 2 A preocupação no exterior com os métodos do presidente Jair Bolsonaro é significativa –e a degradação da imagem do país segue curva ascendente. Dinheiro grande e de fora, dizem esses políticos, não vai desembarcar tão cedo no Brasil.


TIROTEIO

A Folha de S.Paulo tem uma história de 98 anos de serviços à democracia. Bolsonaro, dez meses testando a democracia

Do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), após Bolsonaro ameaçar anunciantes do jornal e determinar o cancelamento de assinaturas