Deputado do PSL insufla praças contra projeto do governo que reforma aposentadoria de militares
Risco de contágio No que pode ser um prenúncio dos embates no plenário, a briga do PSL não só paralisou os trabalhos da principal comissão da Câmara, a CCJ, como também tumultuou o debate de mudanças nas aposentadorias de militares, um projeto caro a Jair Bolsonaro. Durante discussão da proposta, o Delegado Waldir (PSL-GO), até esta segunda (21) líder da sigla, insuflou praças contra o texto do governo dizendo que, com o apoio de “judas, verdadeiros traidores”, ele é usado para privilegiar os oficiais.
Confronto Na comissão que debate a previdência dos militares, Waldir disse a uma plateia de praças que a norma defendida pelo Planalto divide as Forças Armadas. Ele ainda atacou o líder do governo na Casa, Major Vitor Hugo (PSL-GO), e o próprio presidente. Disse que Bolsonaro “está sendo covarde com a principal base dele”.
Cada um por si Na Câmara, o mantra é empurrar a pauta econômica “apesar do PSL”. Mas, em vez da reforma administrativa, como prega o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a centro-direita quer priorizar o texto da tributária. O relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), tem dito que é possível votá-lo na comissão especial ainda este ano.
Perdigueiros Aliados de Bolsonaro escalaram uma equipe para vasculhar as contas do PSL. O que for encontrado será enviado ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Ministério Público Federal.
Que não amava ninguém O presidente tem tido dificuldade para encontrar um partido que o agrade. O Patriota, por exemplo, não é mais opção.
Vinde a mim Randolfe Rodrigues (Rede-AP) apresentou pedido para convocar Carlos Bolsonaro, o ex-ministro Gustavo Bebianno e a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) à CPMI das fake news. Os requerimentos serão votados nesta quarta (23).
Nasci pronta O parlamentar decidiu ouvir Joice depois de ela ter dito que os filhos de Bolsonaro têm uma rede especializada em campanhas de difamação e fake news. A deputada, líder do governo no Congresso até a semana passada, já afirmou que, se for chamada, vai à CPMI.
Você amanhã A decisão judicial que travou a disputa pelo controle do PSL foi criticada por líderes de outros partidos. “É uma interferência desnecessária”, diz Augusto Coutinho (PE), do Solidariedade.
Catimba O PT vai judicializar a votação da reforma da Previdência no Senado. Advogados da sigla vão questionar o rito adotado pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), no STF. A alegação é a de que alguns artigos da norma foram aprovados no segundo turno, mas não no primeiro.
Catimba 2 Os petistas vão provocar a Justiça a se manifestar sobre: 1) trecho que institui a nova fórmula de cálculo, 2) o que cria o pedágio de 100% nas regras de transição; e 3) o que trata dos novos regimes próprios da Previdência. A legenda provocou Alcolumbre sobre o assunto nesta terça (22), mas ele ignorou a contenda.
Cabo de guerra A taxação de entidades filantrópicas, em discussão na PEC que trata de temas complementares à reforma, divide o governo. O chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, defende isenção. Já Paulo Guedes (Economia) advoga pela contribuição.
Limites O relator, Tasso Jereissati (PSDB-CE), pretende limpar o terreno em projeto de lei complementar que versará só sobre o assunto. Ele deve separar as entidades que atendem público de alto poder aquisitivo das assistenciais. E quer evitar que as que não são nem sequer filantrópicas usufruam da baixa tributação.
Carta na manga Ministros do STF avisam que, caso um colega decida pedir vista para interromper julgamento sobre a prisão em segunda instância, o plenário será instado a discutir a aprovação de uma liminar que espelhe o entendimento da maioria sobre o tema.
Carta na manga 2 Há pressão nas redes para que magistrados a favor da prisão em segunda instância travem o debate, por isso o antídoto.
Visita à Folha O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, visitou a Folha nesta terça (22), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado do secretário de Comunicação, Marco Antonio Sabino.
TIROTEIO
O governo está inerte. A Justiça teve que provocar medidas. Enquanto isso, o nordestino mostra união pelo meio ambiente
Do senador Jean Paul Prates (PT-RN), que acusa o governo Bolsonaro de inação diante da crise de vazamento de óleo nas praias do NE