Briga no PSL cresce e dirigentes de outros partidos temem não isolar crise da agenda da Câmara
Mantenha distância Dirigentes de partidos de centro e centro-direita assistiram atônitos aos últimos lances da crise na legenda de Jair Bolsonaro, com direito nesta segunda (21) ao anúncio de um acordo seguido de ruptura em questão de horas. O episódio começa a criar fraturas para além das fileiras do PSL. Se antes a briga não colocava em risco projetos importantes, agora gera dúvidas sobre a capacidade do comando do Congresso de tocar a agenda econômica como se nada estivesse acontecendo ao redor.
Até onde vai Apesar da disposição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de tocar as reformas, por exemplo, dirigentes dizem que há um limite “para a atuação descolada da realidade e desprovida de qualquer confiança entre as partes”.
Tiro no pé Líderes de siglas alinhadas ao governo dizem que o embate deu demonstrações claras da imaturidade e da inabilidade não só dos deputados do PSL, mas do próprio presidente e de seus filhos, que atacaram integrantes de outras legendas em meio ao tiroteio interno.
Tudo ou nada Aliados de Luciano Bivar, comandante do PSL, afirmam que o dirigente está decidido a suspender nesta terça (22) as atividades partidárias de cerca de 19 deputados do lado bolsonarista. Assim, ele invalidaria a maior parte das 28 assinaturas de apoio a Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) como líder da bancada.
Por um fio A cúpula do partido acredita que pode recuperar oito deputados que assinaram a lista em apoio ao filho do presidente, por isso decidiu não puni-los. Helio Negão (RJ), da tropa de choque de Bolsonaro, não entrou na mira porque está em viagem na comitiva presidencial e não pôde ser notificado.
O caminho Junto com a esperada suspensão, o PSL planeja mandar a relação dos punidos para o Conselho de Ética avaliar sua expulsão. O expurgo dependerá da aceitação, pelo grupo, de um acordo que leve a um terceiro nome à liderança da sigla na Câmara, que não seja nem Delegado Waldir (PSL-GO) nem Eduardo Bolsonaro.
Rede de intrigas Integrantes do PSL dizem que Bivar negociou o acordo que acabaria com a disputa pela liderança com o general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) em uma conversa no viva-voz, presenciada por aliados, tamanha a desconfiança.
Força da experiência A direção de Furnas, que é subsidiária da Eletrobrás, contratou o ex-ministro Carlos Ayres Britto para defender a empresa na causa em que tenta aval do STF para demitir 1.041 funcionários não concursados.
Força da experiência 2 Em 2016, os sindicatos conseguiram liminar suspendendo o corte, e a pendenga está nas mãos de Luiz Fux. As demissões são consideradas parte do ajuste prévio à privatização.
Dia de caça O recorde de alta do Ibovespa fez vibrar funcionários do BNDES que se negaram a acelerar a venda das ações do Banco do Brasil em operação liderada pela Caixa. O episódio levou à queda de um diretor nomeado pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezano.
E de caçador A ação do BB bateu R$ 46,40 nesta segunda (21), acima do valor de venda da oferta pública, encerrada na semana passada, de R$ 44,05.
Sem limite Em Salvador, o prefeito ACM Neto (DEM) deu ordem para não haver restrição orçamentária à contratação de equipes e de equipamentos para a retirada de óleo das praias. O grosso da sujeira, ele diz, foi removido. O trabalho agora está focado no que chama de limpeza fina, como a das pedras.
Com sangue Integrantes do Conselho Nacional do Ministério Público acreditam que a recusa de Deltan Dallagnol em tentar uma promoção no MPF mostra que ele só deixará a coordenação da Lava Jato em Curitiba à força. Uma saída honrosa, como tenta costurar Augusto Aras, procurador-geral da República, dificilmente ocorrerá.
Visita à Folha Ricardo Patah, presidente da UGT e do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, visitou a Folha nesta segunda (21). Estava acompanhado de Marcos Afonso, diretor de Comunicação da UGT, e Antenor Braido, consultor de comunicação do sindicato.
TIROTEIO
O que é prioridade para o país: ministro esticar a perna no avião ou os cem milhões de brasileiros sem esgoto?
Do deputado Vinicius Poit (Novo-SP), sobre a discussão no governo para permitir viagens na classe executiva e carona em voos oficiais