Implosão do PSL faz siglas de médio e grande porte não cobiçarem Bolsonaro, seus aliados e filhos
Problema tem família grande Ao implodir o PSL, Jair Bolsonaro praticamente sepultou as chances de migrar para uma legenda de grande ou médio porte. Dirigentes de partidos de centro-direita dizem ser “muito difícil” encontrar espaço para o presidente, seus filhos e cerca de 15 deputados, já que as direções nacionais e estaduais estão 100% estruturadas. Aliados do Planalto não se acanharam. Dizem que Bolsonaro está quase convencido a ir para uma agremiação pequena, “porque ele é maior do que qualquer sigla”.
Caminho das pedras A bolsa de apostas do caminho a ser seguido por Bolsonaro é liderada pelo Patriotas e pelo Partido da Mulher Brasileira, que mudaria de nome e estatuto.
De paus e pedras De tão fratricida, a briga no PSL virou piada nos corredores do Congresso. Um presidente de partido diz que acolher Bolsonaro é contratar o título de “Bivar do amanhã”, em referência a Luciano Bivar, o presidente do PSL acossado pelo Planalto.
Sem trégua Aliados de Bolsonaro estudam apresentar acusações de mau uso dos recursos partidários ao Ministério Público Federal se o PSL seguir resistindo em auditar suas contas de 2014 a 2018. A tese é a de que é possível sugerir a abertura de uma ação civil pública para investigar suspeitas de irregularidades.
Livro de cabeceira O grupo do presidente diz que esse entendimento foi defendido em obra publicada pelo procurador-geral, Augusto Aras. Intitulada “Fidelidade Partidária Efetividade e Aplicabilidade”, ela abre margem à interpretação de que qualquer malversação de dinheiro público pode dar início a uma ação de improbidade administrativa.
Fins e meios A ação seria o caminho mais efetivo para pedir o bloqueio do uso e do repasse de fundo partidário ao PSL.
Leite derramado O clima é tão pesado no partido que Bivar já não esconde de ninguém hoje que quer Bolsonaro fora de suas fileiras. Nesta terça (15), deputados disseram que ele chegou a cogitar expulsar o presidente.
Moda que pega Não é só o PSL que está em guerra. O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB), excluiu o vice, Gustavo Paim (PP), do grupo de WhatsApp do primeiro escalão. Paim criticou a administração do tucano, que viu nisso um gesto de traição e deslealdade. A aposta é a de que o vice quer ser candidato no ano que vem.
Sem reprise Mensagem publicada pelo general Villas Bôas em suas redes às vésperas de o STF retomar julgamento sobre prisão em segunda instância atiçou ânimos na corte. Ministros dizem que, desta vez, a chance de a pressão surtir efeito contrário é grande.
Ato de redenção No texto, Villas Bôas cita risco de convulsão social. O general publicou mensagem mais incisiva no ano passado, às vésperas do julgamento de um habeas corpus do ex-presidente Lula. Na ocasião, o voto de Rosa Weber foi creditado a esse gesto dele.
Olhai além Paulo Guedes (Economia) começou a detalhar os próximos passos de seu plano em reuniões com grupos de parlamentares. Nesta quarta (16), além de detalhar a ideia de criação do Conselho Fiscal, explicou pontos do pacto federativo e da reforma administrativa.
Você manda Guedes afirmou que quer que os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidam sem interferência do governo por onde cada proposta vai começar a tramitar. Assim, espera evitar entraves e disputas por protagonismo.
Copo meio cheio Embora o FMI tenha revisado para baixo a projeção de crescimento para 2020, Guedes, segundo relatos, se atem à previsão de que, neste ano, a expectativa melhorou para 0,9%. Ele avalia que a agenda de reformas já dá resultado. Parlamentares ouviram com ceticismo.
Visitas à Folha Bruno Caetano, secretário de Educação da cidade de São Paulo, visitou a Folha nesta quarta (16). Estava acompanhado de Patrícia Lopes, assessora de comunicação da pasta.
Fernanda Barroso, diretora-geral da Kroll, visitou a Folha nesta quarta. Estava acompanhada de Ian Cook, diretor da empresa, e de Guilherme Barros e Guilherme Brendler, da GBR Comunicação.
TIROTEIO
É sinal de que o crescimento deve ser agenda prioritária. A desigualdade subiu na recessão por causa do desemprego
De Carlos Góes, economista e fundador do Mercado Popular, sobre o aprofundamento da desigualdade medido em pesquisa do IBGE