Braço direito dos Bolsonaro em SP é acusado de rachadinha
O deputado estadual Gil Diniz (PSL-SP) foi alvo de uma representação, encaminhada nesta terça (15) ao Ministério Público de São Paulo, pelo seu ex-assessor Alexandre Junqueira, por suspeita da prática de “rachadinha”, informa Julia Chaib.
Junqueira está em viagem a Indonésia, mas a a representação foi protocolada no órgão por sua mulher, Solange de Freitas Junqueira. Procurado, ele diz ter sido exonerado do gabinete de Diniz em 31 de julho.
No documento, ela narra que Junqueira conheceu Gil na campanha e passou a trabalhar, depois que ele foi eleito, como assessor parlamentar.
Logo no princípio do mandato, diz, ele recebeu a proposta de devolver parte do salário, “principalmente gratificações”. Depois de ter se recusado, teriam sugerido a ele que passasse, então, a trabalhar como motorista.
Junqueira afirma que foi afastado do trabalho com 14 dias de mandato por recusado o posto de motorista. “E em seguida, permaneci por quatro meses em casa sem prestar quaisquer serviços, a titulo de punição pela minha recusa, conforme imposto pelo deputado em questão. Ainda que eu quisesse trabalhar, fui proibido de ir ao gabinete e orientado a ali comparecer apenas uma vez por semana para assinar a folha de ponto.”
“Fui assessor parlamentar no gabinete do deputado estadual Gil Diniz na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e, quando lá estava presenciei que a prática da ‘rachadinha‘ era comum entre os funcionários do gabinete. Ali havia também funcionária fantasma, porque não trabalhava e apenas assinava o ponto e devolvia dinheiro para o deputado. Essa funcionária, amiga do deputado há mais ou menos doze anos, recebe em troca apenas o cartão alimentação (sodexo), e aproximadamente R$ 1.500,00 em troca de dar seu nome para desconto do salário”, relata ele na representação.
“Todos os assessores que recebem o salário no teto fazem rodízio das gratificações, que costumam ser sacadas em dinheiro para pagamento das contas de apoiadores do deputado estadual Gil Diniz. Tenho conhecimento que o mesmo procedimento ocorre na Liderança do PSL na Assembleia Legislativa de São Paulo.”
Procurado, Diniz diz que a acusação é “falsa” e foi feita “por um ex-assessor que foi exonerado por não se adequar à rotina do gabinete”.
“É importante notar que este ataque surge quando coloquei meu nome à disposição para a disputa pela Prefeitura de São Paulo, no momento em que alcancei projeção no papel de crítico ferrenho do governador João Doria e como um aliado próximo do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo. A falsa acusação vem de alguém que se mostrou inapto para o trabalho parlamentar e de representação e que, convenientemente, viajou para Indonésia, em outro continente, dias antes de decidir distribuir suas mentiras”, afirma Diniz.
O deputado, que é líder do PSL na Alesp, diz ainda que deixará à disposição todos os extratos bancários, que o seu gabinete é um dos mais enxutos da Assembleia e que ele está “entre os 10 deputados estaduais que menos gastam recursos públicos”.
“Vale ressaltar que, com intuito de combater a prática nefasta da “rachadinha”, apresentei o Projeto de lei 705 de 2019, no dia 25 de maio, que torna obrigatória a publicidade da gratificação especial de desempenho (GED) na internet.”
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