Ação contra líder do governo é vista como tentativa de salvar Lava Jato
Salva-vidas A decisão de Luís Roberto Barroso, do STF, que autorizou busca em gabinetes ligados ao líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), foi lida pela cúpula do Senado e por uma ala da corte como resposta a derrotas recentes da Lava Jato. A determinação ocorreu após a aprovação da Lei de Abuso de Autoridade e a indicação de Augusto Aras para a PGR. Um ministro do Supremo afirma que Barroso inventou a roda ao rejeitar parecer do MPF e que quis salvar a operação.
O que tiver na frente Aliados de Bezerra descreveram a ação da Polícia Federal no Senado como desastrada. Relataram que policiais pareciam perdidos e levaram desde HDs pessoais de servidores até documentos de compra e venda de lotes descritos no Imposto de Renda do senador.
No seu quadrado Nesta quinta (19), Jair Bolsonaro telefonou para Bezerra e pediu a ele que adotasse cautela. Disse que o senador já havia feito sua parte ao colocar o cargo à disposição e agora iria decidir sobre deixá-lo no posto. Para isso, iria estudar a operação, que, em sua opinião, também pode ter cometido excessos.
Respingo 1 A irritação de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) com Wilson Witzel (PSC) tem componente pessoal. A advogada Natália Nicolau, filha do juiz Flávio Nicolau, que quebrou o sigilo bancário e fiscal do senador, é assessora da Casa Civil do governador do Rio. Sua nomeação, no entanto, ocorreu dias antes de o magistrado se tornar responsável pelo caso via sorteio eletrônico.
Respingo 2 “Antes de 15 de abril [data da nomeação da filha] eu ainda não era o juiz da causa”, diz Nicolau. No Palácio Guanabara, cogitou-se até a exoneração da advogada quando chegou a informação de que seu pai assumiria o caso. Mas a ideia foi descartada.
Antena em pé Aliados de Jair Bolsonaro iniciaram conversas com o Patriota com o objetivo de reabrir portas caso ele decida deixar o PSL. O presidente quase entrou no partido antes da campanha de 2018.
Outra praia Partidos de esquerda que buscam atrair o PSB de Márcio França para uma aliança pela Prefeitura de São Paulo na eleição do ano que vem voltaram-se contra o ex-governador em sua terra natal, São Vicente (SP). Membros de PT, PC do B e PSOL reuniram-se na semana passada para fazer frente ao grupo de França, que controla a prefeitura local atualmente.
Me dá um dinheiro aí Vencedores do bolão da liderança do PT na Câmara pretendem fazer doações para a Vigília Lula Livre, em Curitiba. O dinheiro da Mega-Sena, no entanto, não deve ser usado pelos novos milionários para viver de renda. A maior parte diz que não vai largar o emprego.
Quem me dera Em meio a piadas e memes, quem não participou do bolão tenta encarar a situação com bom humor. “Paciência. Tem que trabalhar a cabeça para prevalecer a alegria pela sorte da galera”, afirma Rogério Tomaz, coordenador da comunicação da liderança do PT e um dos que não ficaram ricos.
Passa amanhã Apoiadores do MBL no Recife tentaram exibir em salas de cinema o documentário do movimento sobre o impeachment de Dilma Rousseff (PT), “Não Vai Ter Golpe”. Receberam resposta negativa após revelarem qual seria o filme.
Aqui não A rede UCI respondeu não poder alugar a sala por não ser “atividade autorizada em nosso contrato de locação”. Já no Cinemark, um funcionário afirmou que a rede não exibe filmes políticos. A empresa, no entanto, declara que nenhum funcionário seu recusou o pedido.
Mesmo barco Suplente da senadora Juíza Selma (MT), o ruralista Beto Possamai decidiu ficar no PSL, ao contrário dela, que migrou para o Podemos. Uma doação dele na pré-campanha do ano passado ameaça o mandato da senadora, acusada de caixa dois. “Os petralhas armaram direitinho contra nós dois”, afirma ele, que pode ser cassado junto com a parlamentar.
Visita à Folha O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), João Dornellas, visitou a Folha nesta quinta-feira (19). Estava acompanhado de Marina Mantovani Ciupka, gerente de comunicação da Abia, e de Debora Vieira, da CDN Comunicação.
TIROTEIO
A colaboração deve ser utilizada apenas para aprofundar investigações e não para dar início a uma ação penal
De Hugo Leonardo, presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, sobre rejeição de denúncia contra Lula baseada em delação