Mensagens entregues por ex-procurador ao STF fragilizam versão da PGR sobre delação da JBS

Pano para manga Mensagens reveladas pelo ex-procurador Marcello Miller ao Supremo colocam em xeque a versão de que a PGR não estava a par da participação dele no caso J&F. Como mostrou o Painel, Miller entregou ao STF informações que foram omitidas de relatório dos investigadores.

Duplo azul No depoimento, o ex-procurador narrou conversa com o então coordenador da Lava Jato na PGR, Sergio Bruno, do dia 10 de abril de 2017, véspera de reunião para tratar de delação e leniência.

Que me dizes Nas mensagens, Miller ressalta que está trabalhando para a JBS, explica que havia feito contato com procuradores americanos e pergunta: “Outra coisa: vocês estão em paz com a perspectiva de eu participar (…) da leniência aqui no Brasil?”.

Nas sombras Bruno pede que Miller o procure no Telegram. Depois, responde: “Quanto à sua participação, vou dar minha opinião —não falo pelo grupo, muito menos pelo [Rodrigo] Janot: acho que ela será muito profícua para chegarmos a um acordo, mas eu, no seu lugar, não apareceria, tentaria atuar nos bastidores”.

Versões O ex-coordenador da Lava Jato diz que, “quando isso estourar, vão lançar teorias da conspiração, dizendo que você atuou dos dois lados”. “De qualquer forma, será bem-vindo se quiser vir amanhã.” Quando a crise JBS estourou, a PGR disse em nota que Miller apareceu “sem conhecimento prévio” dos procuradores.

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