A senadores, Aras diz que Lava Jato não pode se perder em ‘vaidades pessoais’
Cartão de visitas Indicado por Jair Bolsonaro para assumir a PGR, Augusto Aras se submeteu nesta terça (10) a uma espécie de prévia da sabatina no Senado. No gabinete da presidência da Casa, respondeu a perguntas de cerca de 18 senadores, de várias siglas. Ele exaltou resultados da Lava Jato, mas disse que a operação não pode se perder em “vaidades pessoais” de seus membros. Questionado sobre como seria sua atuação diante de eventuais problemas do Executivo, respondeu: “Jamais tive medo de cumprir minhas funções”.
Vinde a mim Aras foi ao Senado com o assessor parlamentar da PGR, mas entrou para a reunião no gabinete do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sozinho.
Só ouço falar O indicado de Bolsonaro rebateu insinuações de proximidade com petistas. Disse que esteve com Jaques Wagner (PT-BA) três ou quatro vezes, contando encontros casuais em aeroportos. O petista confirmou que eles nunca foram amigos.
Meia verdade Ministros do STF recuperaram a íntegra da manifestação que Sergio Moro, quando juiz, enviou a Teori Zavascki após divulgar grampos de Lula com a então presidente Dilma Rousseff. Um trecho os intrigou. O que descreve as conversas captadas.
Meia verdade 2 O ex-juiz diz que vários grampos sugerem que o petista havia aceitado o cargo de ministro para obter foro especial mas, em seguida, escreve: “Há diálogos em um e outro sentido”, e menciona dois telefonemas em que aliados ressaltam a tentativa de Lula de salvar o governo.
Meia verdade 3 Os diálogos revelados pela Folha no domingo (8) não foram relatados.
Álibi Michel Temer reagiu de maneira inusitada à revelação, na Folha, de que teve diálogos com o ex-presidente Lula gravados pela PF em meio ao impeachment de Dilma Rousseff. “Onde é que está o golpista? Eu estava ali falando de reatar as relações do governo com o MDB. Cadê o golpe?”, comentou com pessoas próximas.
Bola de segurança O pedido de vista no processo que Renan Calheiros (MDB-AL) move contra Deltan Dallagnol no CNMP foi estratégico. Os conselheiros querem esperar a nomeação de Luciano Nunes Maia para levar o caso adiante.
Bola de segurança 2 A chegada de Maia deve abrir caminho ao terceiro procedimento contra o coordenador da Lava Jato.
Palavra dada Os sinais de que uma proposta de recriação de imposto nos moldes da extinta CPMF vai enfrentar forte resistência em diversos setores se avolumaram nesta semana. Líderes do centrão avaliam que não há clima para, depois de o próprio Bolsonaro ter criticado a medida, eles apoiarem publicamente a nova taxa.
Onde pega O governador do DF, Ibaneis Rocha, que coordena o fórum de governadores, também é contra a proposta. A Frente Nacional dos Prefeitos, por sua vez, afirma que uma nova CPMF prejudicaria os mais pobres.
Onde pega 2 O prefeito de Campinas, Jonas Donizette, que preside a FNP, avalia que, ao recriar o tributo, o governo deixaria de promover a simplificação tributária. Ele também indaga se os recursos arrecadados serão divididos com estados e municípios.
Burger king Em campanha para ganhar apoio à sua indicação à embaixada do Brasil nos EUA, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) assumiu, na última semana, a liderança do ranking dos parlamentares mais influentes nas redes sociais. Segundo o Instituto FSB Pesquisa, ele desbancou a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP).
Guarda compartilhada O deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), que apresentou projeto que prevê pensão vitalícia a portadores de microcefalia, ficou com a pulga atrás do orelha com a bateção de bumbo do Planalto em cima de medida provisória que prevê exatamente a mesma ação.
Visitas à Folha O governador do Pará, Helder Barbalho, visitou a Folha nesta terça-feira (10). Estava acompanhado de Vera Oliveira, secretária de Comunicação.
Rui Campos, sócio da livraria Travessa, e Martine Birnbaum, diretora da livraria Travessa de São Paulo, visitaram a Folha nesta terça.
TIROTEIO
Os Bolsonaro não são apenas uma família desequilibrada. Eles são uma família que desequilibra a República
Do deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ), após Carlos, o 02, dizer que por vias democráticas as mudanças não virão na velocidade almejada