Pela primeira vez, Bolsonaro perde apoio entre os mais escolarizados
Terreno acidentado A nova pesquisa Datafolha traz indícios de que a erosão na avaliação do governo Jair Bolsonaro acelerou em estratos do eleitorado que o apoiaram durante a campanha. Entre os eleitores mais escolarizados, com ensino superior, o índice dos que classificam a gestão do presidente como ruim ou péssima mudou de patamar pela primeira vez. Em abril, este grupo totalizava 35%. Depois, em julho, oscilou irrisoriamente para 36%. Neste levantamento, porém, chegou à marca de 43%.
Dois contra um Às vésperas do segundo turno, de acordo com o Datafolha, 55% dos eleitores com ensino superior declararam intenção de voto em Bolsonaro, enquanto outros 34% diziam preferir Haddad.
Olho vivo Os números que ilustram a frustração com o governo oscilaram negativamente no Sul, um reduto do bolsonarismo. Os que diziam que o presidente vem fazendo mais do que eles esperam saíram de 14% para 12%, em comparação com a pesquisa anterior. Os que dizem que ele fez menos do que o projetado passaram de 51% para 55%.
Polêmica à vista Os sinais do presidente de que pode indicar André Mendonça (Advocacia-Geral da União) para a primeira vaga no Supremo Tribunal Federal já provoca reação de parte da base dele.
Polêmica à vista 2 Apesar de o ministro ser evangélico, integrantes do núcleo duro do bolsonarismo preveem resistência tanto no grupo religioso como entre conservadores. Há críticas a pareceres da AGU como, por exemplo, manifestação contra lei de Londrina (PR) que proibiu a inclusão de questões de gênero no currículo escolar.
Não passarão Procuradores e juristas avaliam que, se Bolsonaro de fato indultar policiais envolvidos em massacres, seu ato deve chegar ao STF.
Não passarão 2 Entre as razões, há a tese de que o presidente quer usar benefício coletivo para perdoar indivíduos específicos. O indulto também deverá ser questionado se ele incluir no rol de anistiados condenados por crimes hediondos, o que é vedado pela Constituição.
Excluídos Sindicalistas reclamam de terem ficado de fora do grupo que o governo criou para avaliar novas mudanças na legislação trabalhista. “Não incluir as centrais na construção de uma nova ordem do trabalho é um crime”, diz Ricardo Patah, presidente da UGT.
Vai que cola Quem acompanha a elaboração do discurso que Jair Bolsonaro vai fazer na Assembleia Geral da ONU, dia 24 de setembro, diz que ele deve repisar pregação pelo respeito à soberania dos países. O alvo da mensagem será Emmanuel Macron, presidente da França, que falou em internacionalização jurídica da Amazônia.
Treino é treino Segundo assessores do presidente, o pronunciamento em rede nacional de TV, no último dia 23, foi um teste das mensagens que ele pretende levar às Nações Unidas sobre a crise amazônica.
Jogo é jogo Na ocasião, Bolsonaro disse que não vai tolerar crimes ambientais, mas afirmou que as queimadas na floresta não podem ser pretexto para sanções internacionais.
Ao ponto A Amazônia foi tema de conversa do general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) com o candidato à Procuradoria-Geral da República Mario Bonsaglia, primeiro lugar na lista tríplice da categoria, sexta passada (30). Bolsonaro não quer um “xiita ambiental” no cargo.
Agora é guerra Os diretórios do PSDB de Belo Horizonte e de Minas Gerais vão apresentar nesta segunda (2) à direção nacional do partido pedidos de afastamento dos presidentes da sigla na capital e no estado de São Paulo. A ala paulista do tucanato patrocina ofensiva contra Aécio Neves (PSDB-MG). Os mineiros decidiram responder.
Agora é guerra 2 À frente do PSDB paulistano, Fernando Alfredo será acionado por ter dito à coluna Mônica Bergamo, da Folha, que “boa parte da turma” que votou contra a expulsão de Aécio “é para quem ele distribuiu dinheiro”.
Agora é guerra 3 Já sobre o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi, pesam os termos que ele usou no recurso contra a derrota sofrida na executiva nacional, que vetou punição a Aécio por 28 votos a 4.
TIROTEIO
É um bom termômetro para o governo compreender: toda ajuda é bem-vinda e aceitá-la é um gesto de soberania e humildade
Do deputado Júnior Bozzella (PSL-SP), sobre 66% da população apoiar o uso de verba estrangeira em ações na Amazônia, segundo o Datafolha