Maioria dos eleitores de Bolsonaro defende verba estrangeira para a Amazônia
Não dá em árvore A resistência de Jair Bolsonaro em aceitar recursos de países da Europa para auxiliar o combate às queimadas na Amazônia não encontra eco nem entre seu eleitorado mais cativo. Detalhamento do Datafolha mostra que, entre os que admitem ter votado no presidente, 60% dizem que o governo deveria aceitar dinheiro de outras nações para conter o desmatamento. Outros 36% defendem rejeitar a oferta. A proporção se repete quando a análise é circunscrita a partidários do PSL.
Quem quer dinheiro? Antes de admitir aceitar ajuda internacional, Bolsonaro ironizou o corte de repasses da Alemanha e da Noruega para o Fundo da Amazônia.
Tiro de raspão O discurso ofensivo do presidente contra ONGs ambientalistas também não foi capaz de levar a um ponto fora da curva o percentual de eleitores dele que vê essas entidades como tendo “muita responsabilidade” pelo desmatamento na região.
Tiro de raspão 2 Entre os que declaram voto em Bolsonaro, 39% dizem que as ONGs têm muita responsabilidade pelo desmatamento, 34% veem pouca responsabilidade e 20% nenhuma. Os índices globais do levantamento são 31%, 35% e 27%, respectivamente.
Vai que Por mais de uma vez, sem qualquer indício concreto, o presidente lançou suspeitas de que “ongueiros” estivessem por trás das queimadas.
Em boa hora O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo, deve decidir na próxima semana a destinação dos R$ 2,5 bilhões pagos em multas pelo Petrobras que estão sob poder da corte. O governo Bolsonaro reivindicou que uma parte do dinheiro vá para educação e outra seja usada para socorrer a Amazônia.
Ocupar e resistir Uma placa com o nome Rua Marielle Franco foi afixada em uma sala de reuniões da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
Fica a dica A indisposição do Congresso com o que tem sido chamado de corporativismo do Conselho Nacional do Ministério Público cresceu. Nos bastidores, integrantes do colegiado têm recebido recados de que, como o órgão é visto como inoperante, cresce a sensação de que não há urgência em aprovar indicados às vagas que logo ficarão vazias.
Anote Há expectativa de que o conselho vote dia 10 pedido para desarquivar queixa contra Deltan Dallagnol.
Sentido! O governo pretende lançar a partir de terça (3), em meio à chamada Semana da Pátria, uma campanha nas redes para apresentar o programa de escolas cívico-militares. O Ministério da Educação planeja uma divulgação bifuncional: que alardeie qualidades e combata críticas à “militarização do ensino”.
Falou e disse Promessa de campanha de Jair Bolsonaro, as escolas cívico-militares são criticadas por entidades de educação que questionam a aproximação de integrantes das Forças Armadas dos colégios.
Força do povo A adesão ao programa será voluntária. O MEC estuda propor que os dirigentes de ensino sujeitem a consulta pública o ingresso de suas escolas no modelo cívico-militar, o que ampliaria a percepção de adesão da comunidade ao projeto.
Meu guri A ideia é que o próprio presidente protagonize a divulgação do programa. Seria o primeiro anúncio ligado à educação em seu mandato.
Preparar… O presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), vai submeter a votação no colegiado, na terça (3), projeto que torna crime de responsabilidade de ministros do STF a “usurpação de poderes do Congresso”.
…apontar Na semana seguinte, está no radar do colegiado iniciar a discussão de uma Proposta de Emenda Constitucional que dá ao Parlamento o poder de sustar decisões que supostamente exorbitem as atribuições do Judiciário.
Deixa estar como está Citado como opção da esquerda para as eleições presidenciais de 2022, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), tem dito que não se moverá até 2021. Alvo de uma série de especulações sobre uma eventual mudança para um partido maior, ele aposta que, neste momento, o melhor é jogar parado.
TIROTEIO
É simbólico que se proponha aumento de verba para partido enquanto o governo diz que há risco de faltar dinheiro para 2020
Do deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), sobre o Orçamento indicar chance de paralisia da máquina pública no ano que vem