MDB tenta trocar figurino de adesista pelo de crítico da ‘nova direita alternativa’
Velha roupa colorida Partido que mais perdeu espaço no Congresso em 2018, o MDB recalibrou seu discurso para tentar evitar novo naufrágio político nas eleições municipais. Dona da maior bancada de prefeitos e vereadores do país, a sigla quer abandonar o figurino de adesista para apostar na análise crítica do bolsonarismo. Sob o título “Resistir outra vez”, texto da Fundação Ulysses Guimarães lembra do papel da legenda na redemocratização, fala em resistência e conclui: “O desgoverno é a antessala da tirania”.
Vácuo O documento deve subsidiar a escolha da nova direção nacional da legenda, dia 6 de outubro. O texto não cita o nome do presidente Jair Bolsonaro, mas faz uma avaliação de sua vitória. Diz que, com os partidos enfraquecidos e a política arrasada, a eleição foi plebiscitária. “Não havia o centro.”
Vácuo 2 “De um lado, havia uma esquerda radicalizada e sem propostas. De outro, um candidato de uma nova direita alternativa que se espalha pelo mundo com uma pauta muito conservadora e pouco apreço pelas normas da democracia liberal e valores civilizatórios”, avalia a fundação.
Parte que me cabe Num mea culpa discreto, o documento diz que a corrupção abre caminho a demagogos e que a sigla não deve “temer nem esse debate nem essa luta”. Está cada vez mais consolidada a tese de que a presidência do MDB deve ser entregue ao deputado Baleia Rossi (SP), hoje líder do partido. Diversas correntes se uniram em torno dele.
Está me estranhando? A decisão do Congresso de estabelecer punição pesada a quem deliberadamente espalhar notícia falsa e caluniosa em período eleitoral motivou telefonemas do ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretário de Governo) a líderes de centro e centro-direita.
Sem brinde Ramos reclamou do posicionamento desses partidos. Sua atitude não agradou. Alguns políticos lembraram que o governo não tem uma base e que a aprovação da Previdência na Câmara se deu após negociação específica, com começo, meio e fim.
Fez o possível Advogados que acompanharam o julgamento da Segunda Turma do STF que anulou uma condenação de Sergio Moro dizem que Edson Fachin, ao contrário do que apontam alguns ministros, tentou esperar o retorno de Celso de Mello para tratar do tema, mas foi vencido.
Tempo urge Seguindo tradição adotada no Ministério Público Federal desde 2003, a procuradora-geral, Raquel Dodge, começou a nomear os procuradores-regionais eleitorais escolhidos pela categoria nos estados.
Tempo urge 2 Um detalhe, porém, incomodou colegas que são cotados a para sucedê-la na PGR: as nomeações são para a partir de 1º de outubro, ou seja, quando ela já não estiver mais no posto. Dodge deixa o comando da Procuradoria dia 17 de setembro.
Melhor prevenir A nomeação dos mais votados pela categoria em cada estado está prevista em portaria do Ministério Público Federal, mas não na lei que disciplina a atuação do órgão. Pela norma, o procurador-geral não é obrigado a escolher o indicado por disputa interna.
Cruz e espada Jair Bolsonaro disse a aliados nesta sexta (30) que estuda vetar nove artigos do projeto que pune o abuso de autoridade. Sua ideia é dizer que acatou as sugestões de Moro. O presidente está tenso, porém, porque não quer provocar o Congresso quando está prestes a enviar a indicação do filho Eduardo para a embaixada nos EUA.
Já? A ofensiva do presidente está preocupando aliados do governador de São Paulo, João Doria (PSDB). O tucano tem respondido aos ataques, mas há o temor de que ele chegue ferido à eleição de 2022 se iniciar um embate com Bolsonaro a três anos da disputa.
Prévia Em mais um sinal de que Márcio França (PSB) deve mesmo ser candidato à Prefeitura de São Paulo, o vereador Camilo Cristófaro organizou homenagem ao pessebista no próximo sábado (7) sob o título de “São Paulo avança”.
Fumaça e fogo Nesta sexta (29), tucanos próximos do atual prefeito, Bruno Covas, classificaram a nota de repúdio do PSB a Nicolás Maduro como forte indício de candidatura.
TIROTEIO
O governo precisa entender que incompetência e conversa mole não vão tirar nunca nossa economia da estagnação
De Ciro Gomes (PDT-CE), ex-ministro e ex-governador do Ceará, sobre o ritmo lento e tímido da recuperação da atividade econômica.