Fachin entra na mira de colegas do STF; risco de o plenário manter revés à Lava Jato é real
Gregos e troianos Edson Fachin desagradou a duas alas do Supremo ao levar ao plenário caso que pode rever a decisão da Segunda Turma em habeas corpus do ex-presidente do BB Aldemir Bendine. O colegiado havia determinado que réus devem apresentar alegações finais à Justiça depois dos delatores que os acusam. Fachin submeteu caso similar ao de Bendine a todos os colegas, dando margem a novo veredito. Um grupo o chamou de “mau perdedor”. Outro viu tentativa de manietar a opinião pública.
Fez que não viu Ministros que não julgaram o caso de Bendine observam que foi de Fachin a decisão de levar o caso do ex-dirigente do Banco do Brasil à turma na ausência de Celso de Mello, afastado para tratamento de saúde. Com só quatro juízes aptos a analisar a ação, o relator da Lava Jato no STF podia prever que o risco de derrota era alto, dizem.
Fez que não viu 2 Esses integrantes do Supremo afirmam que Fachin sabe que Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski são garantistas. Por isso, ainda que Carmen Lúcia votasse contra o entendimento dos dois colegas, um empate já seria suficiente para beneficiar Bendine.
Fez que não viu 3 Um ministro que só agora vai analisar o tema diz que Fachin tenta remendar o resultado levando um novo caso ao plenário após receber os protestos da Lava Jato e de parte da opinião pública. E alerta: o risco de a maioria manter o que a turma decidiu existe e não deve ser desprezado.
Narciso A Lava Jato de Curitiba está com moral baixa no STF. Um integrante da corte define assim o saldo das mensagens obtidas pelo The Intercept: “Só eles prestavam. A Justiça estadual era provinciana, o Ministério Público estadual era lixo, a imprensa era manipulável e as cortes superiores eram corruptas”.
Eterno enquanto dure Recebida com desconfiança por políticos, a trégua entre Jair Bolsonaro e Sergio Moro foi confirmada por aliados do presidente. Segundo assessores do Planalto, tudo foi resolvido em conversa na qual o chefe deixou claro ao ex-juiz que não gosta de receber recados pelos jornais.
Onde pega O presidente disse que cabe ao ministro analisar a atuação do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo. Bolsonaro recebeu queixas de que o foco em crimes de colarinho branco ofusca outras atribuições da PF e ficou incomodado.
Passa a régua A Controladoria-Geral da União enviou ao Planalto parecer no qual pede que o presidente vete 27 itens do projeto de lei de abuso de autoridade. A maioria dos dispositivos foi questionada pelo órgão sob o argumento de que há margem à subjetividade na interpretação e, portanto, insegurança jurídica.
Ampulheta Bolsonaro vai definir até o dia 3 de setembro qual será a abrangência de seu veto. Ele conversa com os presidentes da Câmara e do Senado para tentar chegar a um acordo. Tenta contemplar parte de sua base sem desencadear uma rebelião no Congresso.
Todos por um O relatório que será levado à análise da direção do PSB a partir desta sexta (30) deve pregar a expulsão de apenas um dos onze deputados que entraram na mira da sigla após votar a favor da reforma da Previdência, contrariando orientação do partido.
Contexto A expectativa é que somente Atila Lira (PSB-PI) seja alvo da punição máxima, sob o argumento de que ele votou junto com o governo em outras matérias. Os demais parlamentares serão alvo de punições mais brandas. A discussão do tema deve terminar só no sábado (31).
7 a 1 A decisão dos caciques do PSDB de SP de recorrer ao diretório nacional contra o veredito da executiva que negou a expulsão sumária de Aécio Neves (PSDB-MG) irritou a bancada da sigla, que viu desrespeito à decisão da maioria do partido e mais um ato de desgaste gratuito. Articula-se nova derrota aos paulistas.
SOS Bolsonaro deve conversar nesta sexta (30) com a chanceler alemã Angela Merkel sobre a crise na Amazônia.
Visita à Folha Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos, visitou a Folha nesta quinta (29). Estava acompanhado de Felipe Saboya, diretor-adjunto, e Rejane Romano Silveira, coordenadora de comunicação.
TIROTEIO
Sempre é tempo para se arrepender por fake news do passado. Pior é quem só tem a mentira como projeto de futuro
Do deputado Orlando Silva (PC do B-SP), sobre os protestos de aliados de Bolsonaro à punição a quem espalha mentiras na eleição