PSL discute CPI das ONGs para rebater investigação de crise na Amazônia

Guerra de papel Com os sinais de que a oposição tenta articular uma CPI para investigar a atuação do governo na crise de queimadas na Amazônia, o PSL, partido de Jair Bolsonaro, discute propor uma Comissão Parlamentar de Inquérito que apure a atuação de ONGs no Brasil. A bancada da sigla na Câmara já prepara os termos de um requerimento para pedir assinaturas. Os governistas, com isso, tentam dar fôlego à narrativa do presidente de que organizações não governamentais agem para macular sua gestão.

Na folhinha A crise na região amazônica aumentou a expectativa interna em relação ao discurso de Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, no mês que vem.

Devagar com o andor Espera-se que o presidente inicie um período de “panos frios” na política externa para não melar a assinatura do acordo com a União Europeia, prevista para abril de 2020.

Cara da crise Colegas do ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) na Esplanada viram na escolha do general Fernando Azevedo e Silva (Defesa) como porta-voz das ações na Amazônia um sinal de que o governo tenta diminuir a pressão sobre o nome que, até aqui, divide com o presidente “a cara da crise“.

Escolta Salles tem recebido apoio público dos filhos do presidente. Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) defendeu o ministro em suas redes sociais.

Não sei se vou ou se fico No grupo de Whatsapp da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) houve intensa discussão sobre a melhor estratégia a ser adotada diante da escalada de ameaças de embargo a produtos brasileiros.

Armadilha O grupo majoritário avaliou que reclamar abertamente de potenciais prejuízos ao agronegócio daria munição aos estrangeiros contra a produção brasileira.

Com cerimônia Houve debate entre os governadores da região afetada pelas queimadas sobre qual seria o melhor lugar para a reunião com Jair Bolsonaro na terça (27). Venceu o grupo que defendeu fazer o encontro em Brasília, para dar ar institucional, “sem margem a passionalidades”.

Uni-vos Partidos de esquerda no Rio querem criar um polo para se opor a Bolsonaro na capital nas eleições municipais. Nesta semana, PSOL, PDT, PT, PC do B e PCB fazem seminário com representantes desse campo no exterior.

Novos ventos Senadores que trabalham pela aprovação do nome de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil nos EUA esperam que o clima melhore nas próximas duas semanas para o filho 03 do presidente.

Música para os ouvidos Há promessa de que o Planalto vai dar tração à liberação de emendas e cargos para garantir a votação da reforma da Previdência, o que poderia amolecer também as resistências à indicação de Eduardo.

Sem desconto Apesar da expectativa, dirigentes de partidos dizem duvidar que o governo consiga, com uma negociação, liquidar duas faturas. Esse grupo reitera que a votação de Eduardo vai demandar “esforço à parte do Planalto”.

Conhecereis a verdade As manifestações convocadas por grupos de direita para este domingo (25) serão um teste para Sergio Moro (Justiça). Como o Planalto decidiu não mergulhar na articulação dos atos ao perceber que eram direcionados ao STF, sobrou a base mais ligada à Lava Jato do que ao bolsonarismo para fazer volume.

Causa própria O mote do protesto mudou após a repercussão negativa dos chamados com ofensas a ministros do STF. O foco agora é o projeto de lei que pune o abuso de autoridade. Procuradores defendem vetos ao texto.

Com cautela O grupo de trabalho que analisa o pacote anticrime de Sergio Moro deve aprovar proposta que restringe as prisões preventivas. Emenda ao texto do deputado Capitão Augusto (PL-SP) diz que a medida só deve ser aplicada em último caso.

Agora vai A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara debate na terça (27) projeto que criminaliza o ativismo judicial, definido no texto como a tentativa do Judiciário de usurpar as competências do Legislativo. A proposta será votada pouco mais adiante.


TIROTEIO

Dallagnol passou a sacolinha com desembaraço, faturou alto com palestra e deixou de lado o disfarce da caridade

Do senador Renan Calheiros (MDB-AL), após a Folha revelar que o chefe da força-tarefa mudou o perfil de seus contratos em 2017