Com escalada da crise, integrantes do MPF relatam tentativa de Deltan de fazer pontes com Dodge e STF

Sem atalhos Integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba fizeram chegar à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, um pedido de ajuda. Depois da revelação da Folha e do The Intercept de que o coordenador da operação no Paraná, Deltan Dallagnol, incentivou um cerco ao presidente do Supremo, Dias Toffoli, aliados do procurador pediram que Dodge intermediasse conversas com ministros do STF. Segundo relatos, ela foi evasiva. Respondeu que não parecia necessário.

Na linha de tiro Ministros do STF reconhecem que Dodge vive situação delicada, entre o apoio à sua categoria e o risco de atrair para a PGR a fúria que tomou um grupo do tribunal desde que as mensagens de Dallagnol, outros procuradores e o ministro Sergio Moro (Justiça) começaram a vazar.

Para constar A expectativa é a de que ela não aja de ofício contra Dallagnol e de que também vote contra investigação e punição a ele no Conselho Nacional do Ministério Público –mas ciente de que deve ser voto vencido.

Tudo o que posso fazer A procuradora-geral começou a reunir argumentos para manifestação contra trecho da decisão do ministro Alexandre de Moraes que determinou o afastamento de auditores da Receita e suspendeu processos de investigação no órgão sobre 133 contribuintes. Ela deve recorrer nestes pontos.

Sua guarda Ministros do STF conversaram muito sobre as mensagens que mostram a ação de Dallagnol nos assuntos que dizem respeito a Toffoli. Um deles se disse impressionado com a falta de liturgia com que o endereço do hoje presidente do Supremo foi repassado a investigadores da primeira instância pelo gabinete de Rodrigo Janot.

Onde a corda arrebenta Um subprocurador-geral com décadas de atuação no Ministério Público Federal tem dito que, “em todas as vezes que viu a magistratura entrar em choque com a Procuradoria, foi o segundo grupo quem saiu chamuscado”.

Siameses Há uma preocupação entre partidários de Sergio Moro com o agravamento da situação política de Dallagnol. O que bate em um bate no outro, avaliam esses apoiadores. Se a ideia de que o procurador atravessou o rubicão se fixar na maioria do Supremo, isso restringirá ainda mais o acesso que o ministro da Justiça tem à corte.

Vigiai A ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, vai lançar no próximo dia 19 o selo “Salve uma Mulher”. O objetivo é fornecer a certificação a empresas que capacitarem seus funcionários a identificar sinais de violência.

Vigiai 2 Depois de já ter dito que queria conversar com manicures e cabeleireiros sobre o tema, Damares recebeu representantes de cerca de 300 mil salões de beleza. Os principais alvos da política da ministra serão este setor, as academias e os religiosos. A pasta elaborou uma cartilha a ser seguida pelas companhias.

Vinde a nós Em encontro nesta semana, autoridades do Chile demonstraram ao ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, interesse em sistemas de defesa cibernética usados nas Olimpíadas no Rio.

Sinais A suspensão de um contrato do Inep com o Pnud, na semana passada, foi vista por ex-integrantes da cúpula do Ministério da Educação como sintoma de que “a teoria antiglobalista” adotada por parte do comando da pasta foi colocada em prática.

Sinais 2 Este foi o segundo contrato com um órgão internacional cancelado em um mês. Antes, houve a suspensão de termo do MEC com a Organização dos Estados Ibero-Americanos. No caso do Pnud, 13 consultores foram desligados. No da OEI, dizem pessoas ligadas ao tema, ao menos 80 funcionários.

Outro lado Integrantes do Inep defendem a versão de que os contratos foram suspensos devido a irregularidades nas cargas horárias: consultores temporários cumpririam jornadas integrais. Trata-se, justificam, de subterfúgio para evitar gastos com concursos e que está na mira do TCU.

Outro lado 2 Ao Painel, a assessoria disse “que a Procuradoria Federal junto ao Inep identificou vícios” nos contratos, que não atenderiam a critérios traçados em decreto.


TIROTEIO

Ele atenta contra o pacto federativo, aposta no conflito e desperdiça as chances de conquistar o povo nordestino

Do senador Humberto Costa (PT-PE), sobre a queda no repasse de recursos da Caixa ao Nordeste na gestão do presidente Jair Bolsonaro