Arroubo retórico de Bolsonaro não interfere em plano de aprovação da reforma da Previdência

Apesar de você O acesso verborrágico de Jair Bolsonaro não comprometeu a articulação da aprovação em segundo turno da reforma da Previdência na Câmara, avaliam líderes de partidos de centro e centro-direita. A disposição da cúpula da Casa segue sendo a de encerrar já na próxima semana a tramitação do texto, para remetê-lo ao Senado. O fato de o governo estar cumprindo a promessa de liberar cargos e emendas ajudou a conter insatisfações. A ideia é concluir a análise da matéria até quinta-feira (8).

Tá dominado Deputados relatam apenas problemas pontuais na entrega de verbas e cargos. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mantém contato permanente com a Casa Civil e com o Secretário Especial de Previdência, Rogério Marinho, para mapear eventuais focos de problema.

Resta um Integrantes de PP, MDB, PRB, DEM e PSL garantem que, em suas siglas, o tabuleiro está amarrado. Um integrante desse grupo chegou a ironizar Bolsonaro. Disse que ele não conseguiu desarranjar a partida “porque todo mundo sabe que o jogo não é dele”. Só o PL reclama de demora na liberação de emendas.

Maciota Maia deve fazer um checklist de votos na segunda (5), em jantar com os líderes. Relatos de deputados dão conta de que o posicionamento pró-reforma da Previdência não se transformou em pressão nas ruas. Durante o recesso, apareceram publicamente com tranquilidade, saíram pra jantar, etc…

Contenção de danos A oposição vai tentar obstrução, mas não alimenta esperanças. Com o início da votação, vai tentar excluir a permissão para que pensões sejam menores que um salário mínimo e também o cálculo das aposentadorias a partir da média de todos os salários de contribuição, e não só dos mais altos.

Vai como está A corte especial do STJ analisa nesta quinta (1) um relator temporário para ações do ex-presidente Lula. O titular, ministro Felix Fischer, está internado para se recuperar de uma embolia pulmonar. Como há embargos a serem julgados nas próximas semanas, o tribunal passará a tutela dos processos a outro juiz.

Vai como está 2 Internamente, ministros afirmam que ao menos duas opções estão na mesa: a convocação de um desembargador para assumir os casos ou a redistribuição entre membros da 5ª Turma, da qual Fischer faz parte. O ministro é reconhecidamente linha dura.

Saída honrosa Com a escalada da crise que agora ameaça o mandato do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, o governo do país vizinho pediu para antecipar e fazer nesta quinta (1º) a reunião que vai abrir caminho à rescisão do acordo de concessão de energia da hidrelétrica Itaipu.

Vem sem medo Inicialmente, o Itamaraty receberia os paraguaios na sexta (2), mas novas adesões ao grupo que pede o impeachment do presidente paraguaio sob alegação de que ele traiu o país ao chancelar um “acordo entreguista” aceleraram as negociações.

Vai que é sua A situação de Benítez é tão delicada que pessoas envolvidas nas discussões passaram a pregar que o Brasil considere aderir à denúncia do trato–termo formal para a rescisão– para dar força ao paraguaio. Até esta quarta (31), o acertado era que apenas o país vizinho reivindicaria a anulação.

Muy amigo Bolsonaro quer preservar o mandato de Benítez para manter um aliado na América do Sul, principalmente com o risco de revés na eleição argentina e vitória do candidato de Cristina Kirchner.

Eis-me aqui Pessoas próximas ao ministro Luiz Fux dizem que ele se integrou à ala do Supremo que empenha apoio à recondução de Raquel Dodge ao comando da PGR. O movimento ocorre ao mesmo tempo em que o nome de Augusto Aras volta circular nos bastidores como favorito ao posto.

Olho no amanhã O gesto de Fux tem peso significativo. Ele será o sucessor de Dias Toffoli na presidência do STF.

O salto A prisão de Dario Messer, o “doleiro dos doleiros”, deve dar novo impulso à Câmbio, Desligo. A investigação, tocada pela Lava Jato do Rio, nasceu com a promessa de, ao menos em valores, superar as apurações que fizeram a fama da operação primogênita de Curitiba.


TIROTEIO

Antes tarde… Diante dos fatos, nem o mais crente de Chicago vê justificativa para manter o juro no patamar anterior

De Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda, sobre o corte na taxa básica de juros em meio à estagnação econômica e risco de recessão