Desconhecimento e rancor por saída de Doria são desafios para reeleição de Covas em SP, mostra pesquisa do PSDB

Hora de arregaçar as mangas Aliados do prefeito de SP, Bruno Covas (PSDB), receberam os primeiros resultados de pesquisas que devem nortear a estratégia do tucano para buscar a reeleição no ano que vem. Alçado ao posto pela renúncia de João Doria, que deixou a administração municipal no ano passado para assumir a do estado, Covas ainda não é conhecido por cerca de 40% da população. Mais: o paulistano ainda está ressentido com a saída precoce do hoje governador da cidade, o que contamina a avaliação geral.

Está escrito Os dados ajudam a explicar a incisividade com que Covas cobrou o afastamento de Aécio Neves (PSDB-MG) da sigla. Hoje deputado, o mineiro é apontado como fonte de grande desgaste para a legenda.

Sem volta Se há boa notícia nos dados, está no campo da oposição. A avaliação do PT é tão ruim que auxiliares do prefeito ousam dizer que a sigla está “arrasada” na capital.

Caneta e esquadro O tucano está animado com o desafio. Sua administração entra agora no que ele tem chamado de fase de entrega, de inaugurações. Ele tem feito ao menos um compromisso público, nas ruas, por dia. Há reunião mensal de secretariado para acompanhar o cumprimento das metas.

Onde pega Segundo os dados, a avaliação da zeladoria da cidade melhorou, mas ainda é preciso atuar com força na limpeza de parques e clubes.

O céu é o limite O PSL tem metas ambiciosas para a campanha nacional de filiação que vai colocar na rua a partir de agosto. A ideia da direção do partido, que hoje tem 270 mil associados, é chegar a 500 mil até 31 de março do ano que vem –e a 1 milhão, em outubro de 2020.

Em primeiro lugar A sigla de Jair Bolsonaro elaborou um documento para explicar os objetivos do mutirão por novos adeptos. A meta, segundo o texto, é “posicionar o PSL como referência de ideias liberais na economia e valores baseados na pátria e na família”.

Guru O partido delineou, inclusive, palavras de ordem para atrair filiados. Elas giram em torno de motes que remetem a mudança e aos ideais econômicos de Paulo Guedes (Economia).

Guru 2 Exemplos: “Quer mudar o Brasil: PSL, aqui você é bem-vindo” e “Trabalho digno com mais liberdade, PSL: aqui, ideias liberais são bem-vindas”.

A esperança… Candidatos ao comando da Procuradoria-Geral da República receberam sinalização de que o ministro da Advocacia-Geral da União, André Mendonça, é simpático à lista tríplice –o grupo dos três procuradores mais votados pela categoria para assumir o cargo.

…é a última que morre André Mendonça está em alta com Bolsonaro. O presidente já disse que avalia o nome dele para uma vaga do Supremo Tribunal Federal. Por isso, seus sinais geraram expectativa nos procuradores de que o governo talvez não esteja mais disposto a rechaçar a lista tríplice de saída.

Espero sentado Após a revelação em O Globo de detalhes da delação firmada por Antonio Palocci, advogados que atuam para grandes instituições financeiras disseram não terem se assustado com os relatos do ex-petista. Dizem que ele parece ter arcabouço probatório fraco, a ponto de o Ministério Público ter recusado um acordo.

Navegar é preciso O ministro Paulo Guedes (Economia) ouviu de industriais que, após um primeiro semestre no marasmo, a perspectiva de todos os setores é fechar o ano em situação mais positiva do que como começaram.

Conta-gotas Sobre o FGTS, Guedes disse aos empresários que o modelo a ser anunciado pelo governo será o de liberação de pequenos saques anuais. Dar acesso a todo o dinheiro de uma vez, avaliou o ministro, segundo relatos, poderia produzir um “voo de galinha”. Os construtores concordaram com ele.

Burros n’água Mas a opinião externada por Guedes não é consenso dentro do Ministério da Economia. Técnicos dizem, sob condição de anonimato, que os saques anuais vão se transformar em uma espécie de 14º salário, desidratando o FGTS sem produzir o benefício de criar uma nova força de demanda.


TIROTEIO

Bolsonaro flerta com a censura e a tirania ao avocar avaliação de filmes que receberão verbas. Isso é próprio de ditaduras

Do deputado Marcelo Calero (Cidadania-RJ), após o presidente afirmar que pretende filtrar obras antes de liberar dinheiro público