Em meio a crise de mensagens, procuradores pressionam Dodge a defender instituição
Sem colete à prova de balas A ausência de uma defesa pública e enfática por parte da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, dos colegas mencionados nas mensagens reveladas pelo The Intercept Brasil começou a incomodar membros do Ministério Público Federal. Parte da categoria também se ressente do fato de ela, até hoje, não ter feito ofensiva via imprensa ao que é chamado no MPF de ataque criminoso à privacidade dos envolvidos. O silêncio, dizem esses procuradores, amplia a exposição institucional.
Sua casa A ala que cobra uma postura mais ativa da PGR diz que a insatisfação com Dodge chegou ao auge quando, no domingo (30), a Folha revelou conversas que envolveram o gabinete do antecessor dela no comando do órgão e, nem assim, houve manifestação.
Ninguém mais A Lava Jato, dizem integrantes desse grupo, fala por si, e a Associação Nacional de Procuradores pela carreira, mas só Dodge pode fazer uma defesa da instituição.
Passo em falso A pressão interna amplia o cerco do qual a procuradora-geral é alvo. Dodge sabe que um grupo de ministros do Supremo acompanha com lupa os desdobramentos do caso e vê com forte assombro a conduta registrada nas mensagens de procuradores e do ex-juiz Sergio Moro.
Com as armas de Jorge A aguardada oitiva do ministro da Justiça, nesta terça (2), na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, mobilizou a oposição. O PT pediu que seus integrantes voltassem mais cedo a Brasília para traçar estratégia. Tentará dar a Moro tratamento mais duro do que o recebido no Senado.
Pode vir quente Pessoas próximas ao ministro já contam com um ambiente mais agitado na Câmara, mas veem Moro tranquilo e fortalecido pelos atos de apoio no domingo.
O ovo… Após o confronto entre militantes do MBL e do Direita SP, em ato na avenida Paulista, o caminhão do segundo grupo exibiu vídeo em que Olavo de Carvalho citou “traidores que começaram a negociar com a outra parte e intitular-se moderados” e disse que era preciso “quebrar as pernas desses vagabundos”.
…da serpente A divisão tornou-se evidente. Os que pregam o expurgo do MBL falam em “depuração” da direita. Do outro lado há forte temor de que atos pró-Bolsonaro descambem para o radicalismo puro e simples, apoiado no discurso anti-instituições.
Certo por vias tortas Para minimizar o dano provocado pela possível retirada de estados e municípios da reforma da Previdência, parlamentares estudam a elaboração de um selo de responsabilidade previdenciária regional.
Pelo bolso O debate se dá em torno da criação de uma lei de responsabilidade previdenciária, segundo a qual os estados seriam forçados a aprovar medidas de ajuste, sob pena de perder o direito de tomar empréstimos. Algumas delas, porém, já constam do relatório de Samuel Moreira (PSDB-SP).
É grave o caso Nos cálculos de parlamentares do Nordeste, a inclusão de estados tiraria apoios a ponto de pôr em risco a reforma por 10 a 15 votos.
Sua parte Até a noite desta segunda, ala do PSL tentava convencer Paulo Guedes (Economia) a aceitar regra de transição mais amena para integrantes de forças de segurança.
Mulher de César Aliados de Jair Bolsonaro seguem afirmando que não veem como ele manter o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) no cargo. Especialmente após integrantes do governo e familiares do presidente protagonizarem chamados públicos a atos pró-combate à corrupção.
Liquida O governador Romeu Zema (MG) indicou ao governo federal que pretende incluir a privatização da Cemig no pacote de obrigações que deve cumprir para aderir ao plano de recuperação fiscal. A venda precisa do aval da Assembleia.
Visitas à Folha Marc Allen, vice-presidente sênior da Boeing e presidente da parceria com a Embraer e de Operações do grupo, visitou a Folha nesta segunda-feira (1º), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Ana Paula Ferreira, diretora de comunicação.
O embaixador Pedro Monzón, cônsul-geral de Cuba em São Paulo, visitou a Folha nesta segunda-feira.
TIROTEIO
A direita libertária e a conservadora precisam sentar e conversar. Se virar briga, não atingiremos nossos objetivos
Da deputada Carla Zambelli (PSL-SP), sobre as divergências que descambaram para a agressões entre grupos de direita no domingo