STF impede derrota da Lava Jato, mas voto de Celso de Mello mantém Moro sob espada
Em suspenso A decisão da maioria da Segunda Turma do STF de manter Lula na prisão evitou derrota duríssima para a Lava Jato e Sergio Moro, mas as diversas ressalvas explicitadas por Celso de Mello em seu voto recomendam comemoração moderada aos partidários do ministro da Justiça. Integrantes da corte avaliam que, ao frisar que a rejeição da soltura imediata do petista não comprometia sua avaliação sobre a suspeita de parcialidade do ex-juiz, o decano manteve uma espada sobre a cabeça de Moro.
Ligue os pontos A avaliação de que Celso de Mello deixou pistas de suas dúvidas sobre a atuação de Moro foi feita por ministros do Supremo e do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Eles viram na fala do decano sinais de que, no mérito, ele pode acompanhar a ala garantista da corte.
Terreno movediço Esta interpretação se instalou de tal forma que, após a discussão do caso na Segunda Turma, ministros especulavam sobre a possibilidade de Edson Fachin, relator da Lava Jato, levar o julgamento da alegação de parcialidade de Moro para o plenário. Essa discussão, porém, já foi feita na turma no ano passado —e rejeitada.
Tempo é tudo Sem ter ideia de como Celso de Mello votaria no mérito, o ministro Gilmar Mendes propôs julgar a soltura imediata de Lula para desentranhar o tema da discussão sobre a suspeição de Moro.
Onça com vara curta Políticos e magistrados avaliam que o resultado deu nova prova da resiliência de Moro e da Lava Jato. Uma eventual soltura de Lula, previam adversários políticos do PT, inflaria os atos do dia 30 a favor da operação e do ministro da Justiça.
Mão à palmatória Partiu de governadores do Nordeste a iniciativa de tentar acordo que inclua estados e municípios na reforma da Previdência. Eles se reúnem nesta quarta (26) com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Parte do bolo Os governadores vão pedir como contrapartida garantia de que medidas que ampliem seu acesso a novas receitas, como a divisão do bônus do megaleilão do pré-sal, serão aprovadas.
Santo de casa O diretório paulista do PSDB encaminhará a Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da reforma, moção de apoio à reinclusão de estados e municípios na projeto. O texto foi proposto pelo prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira.
Órfão Nem a equipe econômica nem os sindicalistas estão dispostos a defender que o BNDES continue recebendo recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O corte do repasse está previsto na reforma. Samuel Moreira acenou com um desmame gradual, mas ninguém se animou a encampar a ideia.
São Tomé Parlamentares aguardam fala pública de Paulo Guedes (Economia) sobre o aumento da tributação dos bancos. A taxação está prescrita no texto da reforma, mas emissários de instituições financeiras têm disseminado que o ministro é contra. Em resposta, deputados dizem que querem ouvir isso dele.
Sem fidelidade Depois que a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que Jair Bolsonaro tem simpatia por sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, integrantes do partido dela fizeram questão de revelar que o presidente tem distribuído sorrisos para outros postulantes à vaga.
Sem fidelidade 2 Segundo o senador Major Olímpio (PSL-SP), Bolsonaro falou no final de semana com o jornalista José Luiz Datena por telefone. O apresentador avalia se filiar ao PSL e concorrer à Prefeitura paulistana.
Pelas beiradas Aliados do prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), dizem que ele trabalha para chegar às vésperas do início da campanha num patamar entre 6% e 10% das intenções de votos nas pesquisas. Largando daí, avaliam, há chances. Até lá, o desafio é entregar obras e circular pela cidade, tornando-se mais conhecido.
Águas passadas? Covas era vice e assumiu o comando da capital quando João Doria (PSDB) se elegeu governador. Sua equipe colocou uma enquete na rua para medir como anda o apelo eleitoral do antecessor na cidade —o paulistano rejeitou a migração do tucano para o governo do estado.
TIROTEIO
Ao insistir em atribuir a demarcação de terras indígenas à Agricultura, Bolsonaro se isolou dos demais Poderes
De Márcio Santilli, ex-presidente da Funai, após o ministro Luís Roberto Barroso, do STF, derrubar medida provisória sobre o tema