Lula deve levar à ONU mensagens de Moro com Lava Jato e pressão das Forças sobre o STF

Missão internacional As mensagens trocadas pelo ex-juiz Sergio Moro e procuradores da Lava Jato devem compor a última manifestação da defesa de Lula à ONU, entidade na qual o petista questiona suas condenações na Justiça brasileira. Além das conversas reveladas pelo The Intercept, os advogados do ex-presidente colecionam declarações de membros das Forças Armadas e do governo Bolsonaro. Querem mostrar que todas as instâncias do Judiciário são pressionadas quando é seu cliente quem está nos autos.

Ampulheta Haverá sessão da ONU em setembro, e a expectativa dos defensores é a de que o caso do petista seja analisado nessa ocasião. O desafio dos advogados é convencer a entidade de que o pleito do ex-presidente se enquadra nos parâmetros dela.

Labirinto A praxe é provocar a ONU somente após esgotados todos os recursos na Justiça nacional. Lula ainda não cumpriu esse roteiro, mas seus advogados atuam para convencer a organização de que “não há remédio jurídico possível” para ele, sob o argumento de que todas as instâncias estão sob tensão.

Manda quem pode? Por isso, manifestações de integrantes das Forças Armadas às vésperas de julgamentos ou diante do simples aviso de que processos de Lula foram pautados no STF estão sendo coletadas. Falas de aliados e parentes do presidente Jair Bolsonaro também são analisadas.

Nada com isso A forma como o adiamento da análise de habeas corpus do petista foi comunicado causou desconforto no STF. O ministro Gilmar Mendes decidiu manter seu pedido de vista, mas a saída do caso da pauta acabou sendo atribuída a Cármen Lúcia, que nem sequer assumiu os trabalhos como presidente da Segunda Turma.

Sem carapuça A cúpula do MBL decidiu não passar recibo e usou o fato de Sergio Moro ter se referido a integrantes do movimento como “tontos” para divulgar documentário que será lançado em setembro.

Devagar com o andor Internamente, porém, antes mesmo da menção ao movimento, integrantes do grupo debateram o impacto do vazamento de mensagens da Lava Jato. Há disposição de manter o suporte a Moro e às investigações, mas integrantes do MBL prometem analisar novas revelações caso a caso.

RSVP O MBL segue chamando para atos pró-Moro no dia 30.

Sempre alerta Aliados do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), viram na omissão de Jair Bolsonaro sobre a inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência um claro sinal de que o presidente de fato já pensa em reeleição –e vê no tucano um rival em potencial.

Sempre alerta 2 Houve certo espanto nos bastidores com movimento tão precoce. A avaliação é a de que o presidente age para manter sua militância em campanha permanente.

Tu sabes Nos municípios, fala-se em “falta de reciprocidade”. “Paulo Guedes é testemunha de que nos mobilizamos pela aprovação da reforma antes mesmo de o governo enviar a proposta”, disse Jonas Donizette (PSB-SP), presidente da Frente Nacional de Prefeitos.

Um é pouco A análise de governadores e prefeitos é a de que poucos governos locais terão força para aprovar as próprias reformas. Eles veem risco de quebradeira e dizem que, sendo assim, melhor a equipe econômica pensar em um “Plano Mansueto 2”, referência ao recém-lançado programa de socorro aos estados.

Ops! O Rio vai tentar driblar mais uma condição do seu Regime de Recuperação Fiscal. Em 2017, o estado se comprometeu a antecipar a renegociação do contrato de sua concessionária de gás, e, com isso, arrecadar R$ 788 mi até 2020.

Jeitinho Mas o secretário Lucas Tristão (Desenvolvimento Econômico) avisa que quer mais prazo, sob a alegação de que, com isso, pode obter condições mais vantajosas. Como atenuante, lembra que o estado aderiu ao novo marco do gás, uma das exigências aos que querem embarcar no Plano Mansueto.

Visita à Folha O presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial, Edson Luiz Vismona, visitou a Folha nesta segunda (24). Estava acompanhado de Marcelo Montenegro e Ricardo Mioto, da FSB Comunicação.


TIROTEIO

O respeito à coisa pública está nos limites, que nesse caso deveria ser zero. Deputado não é eleito para viajar

Do deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), sobre a reportagem da Folha que revelou viagens bancadas pela Câmara