Bolsonaro rejeita atuar por estados e municípios na reforma

Acabou a mamata, tá ok? O presidente Jair Bolsonaro avisou que não vai pegar em armas para reincluir estados e municípios nas regras que serão impostas pela reforma da Previdência. Ao contrário. Em reunião com a bancada do Podemos, na última terça-feira (18), ele disse não ver motivos para brigar pelos governadores e avaliou que os mandatários favoráveis a mudanças nas aposentadorias do funcionalismo local devem agir por conta própria –sem se apoiarem no governo federal e no Congresso.

Vá só A fala de Bolsonaro vai na contramão da articulação construída pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta engajar governadores na votação da reforma para ampliar o número de deputados a favor da proposta.

Vá só 2 O sinal do Planalto também deve frustrar nomes como João Doria (PSDB). O governador de São Paulo está na linha de frente da defesa da reforma e da validade das novas regras para todas as esferas de poder, nacional e local.

Parte que me cabe Procurado, o líder do Podemos na Câmara, José Nelto (GO), confirmou o discurso de Bolsonaro. “Ele já sabe que com estados e municípios não aprova. E o presidente está preocupado com a reforma dele”, disse.

Maquina de moer Assim que Bolsonaro afirmou que o Congresso quer transformá-lo na rainha da Inglaterra, seus apoiadores começaram a circular memes contra Maia.

Me erra O projeto criticado pelo presidente foi aprovado pelo Congresso e, ao contrário do que ele afirma, não cassaria nenhum de seus poderes.

Ativar Filho do meio do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) voltou sua artilharia digital contra Maia no feriado, postando não só os memes, mas também indiretas ao presidente da Câmara.

Prioridades “Não perco tempo com Carlos. Passei o dia estudando o texto da reforma da Previdência e da reforma tributária”, respondeu Maia ao Painel, neste domingo (23).

Agora vai? A indicação de Bolsonaro de que pode disputar novo mandato em 2022 reacendeu articulações para fazer avançar na Câmara projeto que acaba com a reeleição.

Tanto bate O relator da proposta, deputado Valtenir Pereira (MDB-MT), entregou parecer favorável à CCJ e já tentou duas vezes, sem sucesso, colocá-la em votação.

Na coxia A ação do ex-juiz Sergio Moro e de integrantes da Lava Jato diante da divulgação de lista da Odebrecht com centenas de autoridades foi alvo de debate entre ministros do STF. Os bastidores deste caso foram revelados pela Folha e pelo The Intercept.

Dois como um Há entre os integrantes do Supremo quem tenha visto no material fortes indícios de que Moro e os procuradores agiram para manipular o timing do ingresso de informações sensíveis na corte. As mensagens ainda cristalizaram a sensação de que havia uma relação simbiótica entre o ex-juiz e a força-tarefa.

Só se fala nisso Os diálogos entre Moro e o procurador Deltan Dallagnol também são tema de conversas de candidatos ao cargo de procurador-geral com políticos e juristas. Além de eventuais implicações, há especulação sobre a origem do material vazado.

Fogo amigo Menções ao uso do Telegram em desktop alimentam suspeita de que o acesso às conversas pode ter se dado por meio da rede do Ministério Público Federal.

Fogo amigo 2 Um dos candidatos à sucessão de Raquel Dodge afirmou a interlocutores que os celulares de procuradores supostamente hackeados são funcionais, com linha e aparelho registrados em contrato firmado pela Procuradoria-Geral da República.

Letra da lei Deputados do centrão e da oposição pressionam o presidente da CCJ da Câmara, Felipe Francischini (PSL-PR), a votar nesta semana um requerimento de convocação a Moro. Se for aprovado e o ministro não comparecer, ele pode responder por crime de responsabilidade.

Quem manda Os colegas cobram posicionamento duro de Francischini. A avaliação é a de que a Câmara não deve esperar Moro decidir o melhor momento de falar à CCJ. O ministro cancelou audiência que marcara na quarta (26).


TIROTEIO

Houve quebra da paridade de armas entre as partes, pois o juízo agiu como tutor da acusação em detrimento das defesas

Do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, sobre os novos diálogos entre o ex-juiz Sergio Moro e a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba