Com ajustes, ala pró-reforma da Previdência calcula chegar a 325 votos
Na ponta do lápis O grupo de deputados que trabalha pela aprovação da reforma da Previdência começou a mapear o apoio à proposta no plenário da Câmara. Hoje, essa ala prevê contar com o aval de 80% a 85% de cada sigla que endossa a medida. Já entre os 145 deputados da oposição, há 10 votos favoráveis. A estimativa, considerada otimista, é de 325 votos a favor das mudanças nas regras de aposentadoria –17 a mais do que os 308 necessários. O plano é votar o texto antes do recesso.
Condições O mapa de votos, porém, leva em consideração que o relatório do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) sofrerá alterações em pontos cruciais para garantir o apoio, como redução na idade mínima para professores e uma nova regra de transição.
Pelas beiradas Mudança nesses pontos também é negociada entre as centrais sindicais e partidos de centro e centro-direita. Dirigentes da Força, da CUT, da UGT e da CSB estiveram na terça (18) com líderes de DEM, PP, PL, PRB e Solidariedade para discutir o relatório de Moreira.
Pelas beiradas 2 Os sindicalistas estiveram ainda com o PC do B. Eles querem alterar cinco questões, entre elas a regra de cálculo das aposentadorias. Haverá nova rodada de conversas na terça (25).
Força do exemplo Apesar da disposição de Moreira em suavizar o corte de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador para o BNDES, membros da equipe econômica do governo consideram importante para a defesa da reforma junto à sociedade que os bancos participem do sacrifício.
Isonômico Um membro do time de Paulo Guedes (Economia) é claro ao falar sobre o assunto. “Todo mundo está fazendo sacrifício. Como a gente vai seguir financiando um banco que empresta a empresários enquanto o trabalhador está quebrado? Não dá.”
Ide pelo mundo… Na esperança de que o julgamento do habeas corpus do ex-presidente no STF não seja adiado, o Movimento Lula Livre prepara um “dia de agitação” em 24 de junho, véspera da data prevista para a análise do caso.
…e pregai O HC de Lula aborda a alegação de suspeição do hoje ministro Sergio Moro (Justiça). O grupo que apoia o petista quer distribuir nas principais capitais 500 mil exemplares de um tabloide com as conversas do ex-juiz reveladas pelo The Intercept.
Vai ter luta A deliberação da Câmara sobre o decreto de Jair Bolsonaro que facilita a posse e o porte de armas promete ser mais catimbada do que a votação que derrubou o texto no Senado. Os deputados armamentistas contam não só com o apoio da bancada da bala, mas também com a do boi.
Vai ter luta 2 Entusiastas do decreto dizem ter, no mínimo, 252 votos –eles precisam de maioria simples para não deixar o texto cair, ou seja, havendo quorum, mais da metade dos presentes.
Abusou No caminho dos deputados pró-armas estão os líderes dos principais partidos, que vão trabalhar para confirmar o entendimento do Senado e derrubar o texto do presidente. Eles avaliam que o decreto embute ingerência nas funções do Legislativo e, por isso, as Casas devem rejeitá-lo em uníssono.
Deixe recado O líder do PSL na Assembleia Legislativa de São Paulo, Gil Diniz, está com dificuldade de angariar as 32 assinaturas de que precisa para protocolar sua proposta que extingue o recesso de julho dos deputados estaduais.
Quem mandou perguntar Antes de levar o projeto aos pares, Gil Diniz submeteu a ideia a seus seguidores no Twitter. A maioria, como se poderia supor, foi a favor.
Nem tanto ao mar Além da pausa em julho, os deputados estaduais de São Paulo têm direito a 45 dias de recesso em dezembro e janeiro. Diniz tem sido aconselhado a propor a divisão desses 45 dias entre o meio e o fim do ano como opção mais amena à ideia de acabar com todo um período.
Todos por uma Após desavenças sobre os rumos do partido e medidas do governo Bolsonaro, Janaina Paschoal (PSL-SP) conseguiu unir a bancada em torno do projeto que amplia o direito a cesariana no SUS. A aprovação do texto é prioridade entre os deputados estaduais do PSL.
TIROTEIO
Ele desqualificou uma grande legislação porque a lei dele é armar as pessoas para matar mulheres e trabalhadores rurais
Da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), sobre Bolsonaro ter chamado de “leizinha” a lei do feminicídio em sua live na última quinta (20)