Senadores receberam dossiê com casos de Moro que geraram pedidos de suspeição

Todo ponto tem nó Às vésperas da audiência no Senado, parlamentares receberam um dossiê com casos antigos de Sergio Moro (Justiça). Em um dos relatos, de 2005, um criminoso, Tony Garcia, avisou a Moro que seu gabinete havia sido grampeado por ele e outro comparsa. Tornou-se delator. O então juiz teria autorizado medidas contra quem o gravou e só depois se afastou do processo. A conduta foi questionada na Justiça sob a alegação de que, sendo a vítima, Moro não poderia ter instruído a ação.

Quem é quem O nome do advogado que foi acusado e condenado no caso que envolveu o grampo ilegal do gabinete de Moro é Roberto Bertholdo. Seu recurso ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) foi relatado pela ministra Laurita Vaz, que negou todos os pedidos dele, em votos confirmados pela maioria dos pares.

O infiltrado “Ao que consta”, escreveu a ministra, “Tony Garcia e o Ministério Público Federal firmaram acordo de delação premiada (…), sendo o réu, por força desse acordo, posto em liberdade com o objetivo de colher provas”. Garcia gravou os ex-colegas.

Lei do retorno A ação do STJ registra ainda que Garcia “comunicou ao juiz Sergio Moro que ele seria vítima do crime de interceptação telefônica, supostamente cometido por Roberto Bertholdo, com a participação do delator”. Moro autorizou quebra de sigilos a pedido do Ministério Público e depois se afastou do caso. Outro lado”‚Procurada, a assessoria do ministro da Justiça não respondeu.

Ligue os pontos O senador Renan Calheiros (MDB-AL) indagou Moro sobre delações fechadas por ele antes da regulamentação das colaborações, em 2013. O emedebista também pediu para o ministro comentar a atuação do ex-procurador Marcello Miller, que selou delações notabilizadas pelo uso de grampos ocultos.

Me dê notícia O ex-presidente Lula perguntou a quem o visitou na tarde de quarta (19) sobre o desempenho de Moro no Senado. Recebeu o relato de que o ex-juiz estava se saindo bem e que, até aquele momento, nenhum senador havia conseguido encurralá-lo.

Sem comando Lula disse que, com a blindagem da base e com o vasto tempo dado a Moro, era natural que não enfrentasse dificuldade. Para o petista, o ministro só fraquejaria se a oposição tivesse preparado uma artilharia em conjunto.

 

Consolo Aliados de Jair Bolsonaro tentaram minimizar a queda do general Floriano Peixoto da Secretaria-geral da Presidência para a chefia dos Correios. Dizem que assume com a confiança do Planalto para “limpar” e preparar a privatização da estatal.

Rebeldes A ala do governo ligada a Olavo de Carvalho e aliados de Bolsonaro no Congresso pregam que o general Santos Cruz, também demitido, e Peixoto estariam à frente do grupo que não respeitava a autoridade do presidente. Os militares eram próximos.

Unidos pela fé A chegada do general Luiz Eduardo Ramos para o posto que era ocupado por Santos Cruz foi especialmente comemorada pela bancada evangélica no Congresso.

Unidos pela fé 2 O deputado Marco Feliciano (Pode-SP) encaminhou a aliados vídeo em que aparece ao lado de Ramos e diz que o futuro ministro é “seu irmão em Cristo”. O general responde: “Toda honra, toda glória ao nosso senhor Jesus, que tem me conduzido até hoje em tudo que faço”.

Primeira divisão Para dar conta das reuniões do G20, no Japão, e da rodada Mercosul e União Europeia, na semana que vem, ministros vão se dividir. Paulo Guedes (Economia) segue para o Oriente com Bolsonaro. Já Tereza Cristina (Agricultura) e Ernesto Araújo (Itamaraty) vão a Bruxelas tratar do acordo comercial.

Segunda divisão Os técnicos também foram divididos. O chão de fábrica está preocupado com a repercussão de carta assinada por centenas de ONGs, como o Greenpeace, contra o governo e teme que isso afete a negociação.

Vestiário Mesmo que o acordo seja fechado, será o próximo Parlamento europeu, eleito em maio e com mais representantes do Partido Verde, que validará o tratado. No Itamaraty, o dano da carta foi minimizado. “Só reclamam os que não querem o acordo.”


TIROTEIO

Bolsonaro, na sua história, nunca respeitou mulheres, homossexuais e a democracia. Isso tem nome, é crime

Do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), sobre o presidente Jair Bolsonaro ter chamado Jean Wyllys (PSOL-RJ) de menina