Sinais de que Dodge busca recondução inflamam MPF e intrigam senadores
Nem amada nem temida A movimentação de Raquel Dodge para permanecer no comando da PGR ampliou sobremaneira a rejeição de parte da categoria ao nome dela e a determinação do Congresso de, caso seja mesmo indicada, questionar minúcias dos compromissos que firmou com Jair Bolsonaro. Senadores avisam que, se for reconduzida pelo presidente, Dodge terá que dizer em sabatina que tipo de encaminhamento daria à investigação de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), hoje a cargo do Ministério Público do Rio.
Tiro de alerta Dodge é alvo de críticas dentro do Ministério Público Federal há tempos —o que levou uma ala da Procuradoria a isolá-la. O fato de ela ter voltado à lista de cotados para comandar a PGR ampliou a irritação. Seus adversários dizem que Bolsonaro pode abrir uma guerra no órgão se optar pela recondução.
Vá só Procuradores que resistem a um novo mandato de Dodge afirmam que, a essa altura do campeonato, ela teria dificuldade até de montar nova equipe. Parte do time que a acompanha hoje já teria avisado que não está disposto a permanecer —e ao longo da gestão ela sofreu ao menos três importantes defecções.
Santo forte A procuradora-geral, porém, tem a simpatia dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo, Dias Toffoli, além da de Gilmar Mendes. Já outros integrantes da corte têm criticado o que chamam de “movimento ostensivo”.
Canal preferencial Ministros do STF contam que não é Sergio Moro (Justiça) o representante do governo com mais entrada no tribunal. O nome que ganha a simpatia dos juízes é o de André Mendonça, advogado-geral da União.
Agora vai O deputado Capitão Augusto (PR-SP) finalizou seu relatório sobre o pacote anticrime de Moro. Pretende apresentá-lo na quarta (29) ao grupo de trabalho que analisa o assunto no Congresso.
Riocard Paulo Guedes (Economia) deixou os assessores acostumados com as cerimônias do poder em Brasília de cabelo em pé no último dia 17.
Riocard 2 Impaciente com o trânsito do Rio, travado pelo desabamento do Túnel Acústico, na zona Sul, o ministro desceu do carro oficial na estação de metrô mais próxima e seguiu para casa desacompanhado de seguranças.
Dentro da margem Políticos e analistas acompanham com atenção os atos a favor do governo neste domingo (26). Um especialista em pesquisas de opinião diz que o capital político do presidente é grande o suficiente para fazê-lo colocar entre 100 mil e 300 mil pessoas nas capitais do Rio e de SP.
Entrelinhas Mais do que isso, explica o analista, será uma surpresa. Menos, um fracasso retumbante. Não só o número, mas o tom das manifestações será importante para mensurar o impacto dos atos.
DNA Em reunião fechada, semana passada, Guedes ouviu de uma autoridade que o governo não deveria banalizar esse tipo de ato, já que marchas pró e contra uma administração só são frequentes em países conflagrados, como a Venezuela.
DNA 2 Quem analisa a dinâmica do bolsonarismo, porém, crê que o alerta será em vão e diz que aliados do presidente parecem querer deslocar das redes para as ruas o embate sobre o desempenho do governo. Neste cenário, apostam, marchas como a deste domingo terão que ser incorporadas à rotina do país.
Bumerangue Monitoramento das redes sociais mostrou ao PT que a mobilização para os atos em defesa da educação, dia 30, ainda está fraca. Integrantes do partido acreditam que a manifestação dos bolsonaristas pode reacender o ânimo dos estudantes.
#time A Força começou a convocar seus militantes a se somarem aos atos contra a política educacional de Bolsonaro.
Bairrismo Está nas mãos de Onyx Lorenzoni (Casa Civil) destravar parte do acordo entre Mercosul e União Europeia. Produtores de vinho recorreram ao ministro, que é gaúcho, para tentar restringir a abertura comercial aos europeus. Ele está ajudando.
TIROTEIO
É irresponsável destruir o programa HIV/Aids do Brasil, construído por diferentes governos e reconhecido na ONU
Do deputado Chico D’Angelo (PDT-RJ), sobre o Ministério da Saúde ter rebaixado o departamento de combate à Aids a uma coordenadoria