Crise faz PT debater rumos; ‘Fora, Bolsonaro’ é descartado por desaguar em Mourão
Fuga para adiante A escalada da crise política fez com que dirigentes e líderes do PT promovessem, na terça (21), uma videoconferência para debater que rumo a sigla deve seguir. A data foi escolhida para contemplar a opinião de Lula, ouvido por um aliado em Curitiba. O petista disse não ver sentido na defesa de um “Fora, Bolsonaro”, pois seria o mesmo que clamar pela ascensão de Hamilton Mourão. A tese do parlamentarismo também não tem guarida na sigla. A saída, hoje, seria fazer “oposição propositiva”.
Pés no chão Na avaliação do ex-presidente, para fazer um contraponto ao governo é preciso apresentar projetos alternativos e dar força a movimentos que questionam nas ruas as decisões da atual gestão. Após a conversa informal, o PT chamou reunião de sua executiva, na terça (28). Ela deve sacramentar o direcionamento da sigla.
Lembre do que escrevi Lula disse a aliados que a legenda precisa abraçar o que propôs no programa de governo de Fernando Haddad para se contrapor a Bolsonaro no campo das ideias. O partido estuda apresentar uma proposta de reforma tributária.
Nós contra eles Deputados do PT trabalham para ampliar protestos de estudantes e professores marcados para o dia 30. A ideia não é enaltecer bandeiras como o “Lula livre”, mas dar maior vazão à convocação. A sigla vê esses atos como forma de mostrar que há, sim, resistência popular a Bolsonaro.
Nós contra eles 2 O novo teste de mobilização contra a política educacional do governo ganhou ainda mais peso após aliados do presidente convocarem marchas em defesa dele no domingo (26).
Na coxia Apesar do discurso do Planalto de que os atos pró-Bolsonaro no domingo (26) serão fruto de mobilização espontânea, há forte trabalho de aliados do presidente nos bastidores. Só o líder do PSL no Senado, Major Olímpio, gravou em um dia 80 áudios e vídeos chamando militantes de cidades de SP às ruas.
WAR Sob direção do novo presidente, Marco Vinholi, o PSDB paulista vai baixar norma que obriga todos os escritórios da sigla nos 645 municípios do estado a lançarem candidatos a prefeito no ano que vem. A meta é ampliar o número de eleitos, hoje em 176.
No aquecimento O chamado “plano Mansueto”, aguardado com ansiedade por estados em crise fiscal, está pronto, à espera do anúncio oficial, há cerca de três semanas. A equipe econômica começou a consultar dirigentes de partidos sobre a melhor forma de empacotar a proposta.
A alma do negócio O governo foi aconselhado a não deixar de lado estados que estão com as finanças em dia, acenando apenas aos quebrados. O gesto precisa ser ampliado, disseram congressistas, mesmo que isso signifique avalizar um volume de empréstimos acima dos R$ 40 bilhões inicialmente previstos.
Cri cri cri A reunião de Bolsonaro com a bancada do Nordeste, nesta quarta (21), teve momentos constrangedores. Como metade dos parlamentares não compareceu, Onyx Lorenzoni (Casa Civil) chamou para discursar, por mais de uma vez, deputados que não estavam presentes.
Estraga prazeres Nesta quarta, Onyx também cometeu uma gafe ao incluir na agenda oficial sua participação em uma “festa surpresa” no Planalto. Quase acabou com o evento organizado por servidores para Floriano Peixoto (Secretaria-Geral).
Em meu nome A atuação pessoal de Sergio Moro (Justiça) evitou que a saída do Coaf da alçada dele fosse aprovada pela Câmara de lavada. Após conversar com o líder do PSDB, a maioria da bancada, antes a favor da mudança, mudou de lado. Houve ainda uma avalanche de mensagens agressivas disparadas por robôs a deputados.
Visita à Folha O empresário Jorge Paulo Lemann, sócio da 3G Capital, visitou a Folha nesta quarta-feira (22), onde foi recebido em almoço, a convite do jornal.
TIROTEIO
Foi um passo. Mas é preciso rever a posição. Mais armas e mais munição é mais risco para o povo e para os policiais
Do governador Wellington Dias (PT-PI), sobre Bolsonaro ter recuado na permissão para a venda de fuzis, mas mantido a ampliação do porte