Olavistas veem risco de ‘despertar da oposição’ com atos pela educação e contra Bolsonaro
Fim da hibernação A amplitude das manifestações contra a política educacional de Jair Bolsonaro preocupou governistas ligados a Olavo de Carvalho que veem risco de “despertar da oposição”. O grupo afirma que a maioria dos que foram às ruas é militante ou atrelada a sindicatos, mas diz que, se antes a esquerda estava “perdida, desmobilizada e desunida”, agora ela encontrou uma pauta que abre caminho para “reagrupamento e coesão” –e, portanto, para fazer contraponto efetivo ao presidente.
Leite derramado A análise de parlamentares e auxiliares do presidente no Planalto é a de que houve erro grave no modo como o ministro Abraham Weintraub (Educação) comunicou o bloqueio de verbas. Para a população, avaliam, a impressão que fica é a de que não houve critério técnico.
Carimbo Os olavistas, porém, acham que Bolsonaro acertou ao afirmar que os que foram às ruas são “massa de manobra”. Dizem que era preciso apontar vínculo entre os manifestantes e um projeto de poder.
Muralha A tentativa do governo de buscar ajuda na PGR para destinar os R$ 2,5 bi recuperados da Petrobras pela Lava Jato à educação deve esbarrar no STF, que analisa a destinação da verba. Há pedidos para saúde, segurança, penitenciárias e a capital do Rio.
Alvo comum Alas divergentes do PSL se uniram para atacar Onyx Lorenzoni (Casa Civil). Tanto os deputados ligados ao líder do partido na Câmara, Delegado Waldir (PSL-GO), como os próximos ao Major Vitor Hugo (PSL-GO), líder do governo, apontam erros e “incoerências” do ministro.
Alvo comum 2 Onyx entrou na mira de parlamentares da sigla após desmentir recuo comunicado pelo próprio Bolsonaro a deputados sobre o bloqueio de verbas na educação. Uma ala critica a falta de articulação do ministro, outra diz que ele tenta convencer o presidente a abandonar sua base e se aproximar do centrão.
Levanta… O cenário de fraqueza econômica, instabilidade política e aprofundamento das apurações contra Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) fez a palavra impeachment voltar a circular nos Poderes. Não com ares de conspiração. O tom é de resignação pela incapacidade do governo de dar vazão uma pauta efetiva.
…e anda No Legislativo e no Judiciário diz-se que o país pagaria um preço muito alto no caso do fracasso precoce de Bolsonaro, o primeiro eleito após a queda de Dilma. Até o centrão diz que o país está cansado de soluços e que é preciso esgotar todas as alternativas.
Sinais… Membros do Ministério Público do Rio apostam que investigadores do caso Flávio Bolsonaro contam com um delator ou testemunha. Essa versão também chegou a cortes superiores.
…de fogo Promotores que não atuam no caso avaliam que os dados da quebra de sigilo serão usados apenas para corroborar ou derrubar teses que o MP já havia formulado.
Peso pesado Um grande volume de documentos foi anexado ao processo. A aposta é a de que ao menos uma parte dos dados do senador e dos outros alvos da quebra de sigilo já chegou ao MP.
Registre-se Paulo Guedes (Economia), que tem feito gestos à política pela reforma da Previdência, nega ter dito que o Parlamento quer que Bolsonaro termine como Dilma. “Disse que os contingenciamentos são consequência da LRF, que acabou provocando o impeachment. Não que o Congresso quer fazer isto.”
Cheguei Ex-presidente da CNI e ex-ministro, Armando Monteiro se juntou ao grupo que não aprova a forma como o governo avança sobre o Sistema S. Credita-se a estes nomes o fôlego recobrado por Robson Andrade, autorizado pela Justiça a voltar à entidade.
Visitas à Folha Claire Fallender, diretora global do time LeadYoung Ashoka, visitou a Folha nesta quinta (16). Estava acompanhada de Anamaria Schindler, diretora de Integração Global, Flávio Bassi, diretor de Empatia e Infância, Reinaldo Adri e Ana Paula Fonseca, assessores de imprensa.
Giovanni Pengue Filho, diretor-geral da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), visitou a Folha nesta quinta (16). Estava acompanhado de Nelson Nunes, assessor de imprensa.
TIROTEIO
O PT pode ir para casa. Vê-se que a verdadeira oposição ao governo está dentro do Palácio do Planalto
Do deputado Kim Kataguiri (DEM-SP), sobre a desarticulação que impera entre o partido do presidente, o Planalto e as demais siglas