Ala militar do Planalto teme que violência na Venezuela aumente pressão por intervenção no país

No terreno da força A ala militar do governo Bolsonaro, cautelosa em relação à Venezuela, agora teme que uma escalada da violência amplie as pressões por uma ação estrangeira em solo vizinho. Generais que descartavam taxativamente qualquer intervenção externa sobre a ditadura de Nicolás Maduro consideram que a eventual degeneração da crise em conflitos armados daria força a americanos e integrantes do núcleo ideológico do bolsonarismo, que defendem o envio de uma missão ao país.

De fora Os auxiliares fardados de Bolsonaro ainda acreditam que o Brasil não deve se envolver diretamente, mas dizem que o país seria ouvido caso os EUA busquem aval da ONU para intervir. Ainda assim, militares preveem que Rússia ou China tendem a vetar iniciativas dessa natureza.

Meu gesto De saída, as atitudes mais incisivas do governo do Brasil serão as declarações nítidas de apoio ao oposicionista Juan Guaidó e o asilo a militares desertores. A expectativa é de aumento do número de combatentes venezuelanos que procuram refúgio em território brasileiro.

Casaca Integrantes do Planalto haviam recebido informações de que o comandante do Exército da Venezuela, Jesús Suárez Chourio, aderiria ao movimento de Guaidó. Pouco depois, porém, ele apareceu na TV ao lado do ministro da Defesa, que apoia o ditador.

Para a plateia Em pronunciamento nesta quarta (1º) em rede nacional, Bolsonaro deve anunciar medidas de estímulo à geração de empregos. Ele quer deixar uma marca no Dia do Trabalho, que terá atos contra a reforma da Previdência.

O patrono A deputados da comissão especial da reforma, o presidente reconheceu que precisa assumir a frente da defesa da proposta.

Bonde do tigrão Integrantes da comissão querem que o ministro Paulo Guedes vá ao colegiado na semana que vem ou na seguinte.

Patrocínio Apesar do mal-estar causado com as igrejas evangélicas, Guedes recebeu de entidades empresariais mensagens de apoio à cobrança de um tributo sobre movimentações financeiras. Assessores acreditam que elas podem ajudar, no futuro, a reduzir resistências à proposta.

Banca examinadora Além de bloquear parte da verba de universidades, o ministro Abraham Weintraub (Educação) já deu sinais de que pretende cortar também bolsas de pós-graduação que financiam pesquisas em que ele enxergue viés ideológico.

Upgrade No almoço na casa do ministro Walton Alencar, do TCU, no sábado (27), Bolsonaro elogiou Weintraub. Disse que o anterior, Ricardo Vélez, tinha boas ideias, mas não conseguia executá-las. O atual, além de ser ideologicamente alinhado ao presidente, teria força de gestão.

Corra para ver Algumas universidades só souberam do congelamento orçamentário de Weintraub pela imprensa. Apesar do discurso do ministro, reitores vão procurá-lo para tentar reverter a situação.

No calendário Em encontro com juristas e promotores, Rodrigo Maia (DEM) se comprometeu a incluir a PEC que limita o foro privilegiado na pauta da Câmara em maio. Associações recolheram 700 mil assinaturas a favor da aprovação da medida.

Fazer a limpa Em meio ao que chama de “política de austeridade”, o presidente de Itaipu, general Silva e Luna, decidiu exonerar 12 dos 14 funcionários de outros órgãos requisitados para trabalhar na diretoria-geral da empresa.

Resultado Luna chegou à conclusão de que apenas dois produziam como o esperado.

Visita à Folha Luiz Marinho, presidente estadual do PT em São Paulo, visitou a Folha nesta terça-feira (30). Estava acompanhado dos deputados estaduais Paulo Fiorilo (PT-SP) e Teonilio Barba (PT-SP), líder da bancada na Assembleia Legislativa, e dos assessores de comunicação Raimundo Silva e Rosário Mendez.


TIROTEIO

Os militares estão abandonando o barco de Maduro. Não restará ninguém ao lado do fanfarrão autoritário, exceto o PT

Do deputado Paulo Martins (PSC-PR), sobre a oposição venezuelana dizer que tem apoio militar e iniciar uma ação para derrubar Maduro