Críticas do time de Bolsonaro irritam a bancada do PSL, que ataca desarticulação do governo

Síndrome de patinho feio No momento em que atua para ampliar o diálogo com outras siglas, o Planalto será chamado a debelar insatisfações no próprio quintal. Parlamentares do PSL demonstram incômodo com críticas da equipe econômica e de aliados de Jair Bolsonaro à atuação da sigla na Câmara e na CCJ. Sentem-se injustiçados. “Deputados do PSL se organizam de forma espontânea para defender o governo e seus ministros, sem orientação nenhuma. É injusto que sejam atacados”, diz Júnior Bozzela (PSL-SP).

A mão que afaga… Bozella não é o primeiro a falar sobre o tema. Na verdade, um elogio de Paulo Guedes (Economia) aos deputados do Novo abriu caminho para que a irritação do PSL fosse externada. Quem puxou a fila foi Alexandre Frota (PSL-SP), no Twitter. Outros farão o mesmo –na tribuna.

… é a que apedreja Frota, que já havia atacado a articulação política de Onyx Lorenzoni (Casa Civil) em entrevista à Folha, disse nas redes que o PSL foi “colocado de escanteio [já] na transição”. “Ficou claro que o escolhido foi o DEM. Agora, Paulo enaltece o Novo. (…) O governo só lembra do PSL quando convém.”

Curva de aprendizado A avaliação de Frota é compartilhada por outros deputados, que veem nas críticas à bancada uma tentativa de maquiar erros da Casa Civil e do líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO). O grupo da sigla na Câmara tem muitos parlamentares de primeira viagem.

a que veio “O PSL não tem uma indicação sequer e nunca cobrou isso. Pergunto: o DEM e o Novo, que têm ministérios, por que não fizeram o papel deles na CCJ?”, provoca Bozella.

Vai e volta As mudanças que serão feitas pela Comissão de Constituição e Justiça na proposta de reforma da Previdência estão sendo fechadas a várias mãos. O secretário especial da área, Rogério Marinho, discute ajustes com deputados ao longo deste feriado.

Dois é demais A disposição do governo de alterar trechos da reforma já na CCJ –o primeiro estágio da tramitação na Câmara– irritou integrantes da base que, após longos embates com a oposição, decidiram aprovar o projeto como inicialmente enviado pela equipe econômica. Essa ala lamenta principalmente ter que reiniciar toda a discussão.

Rir é o remédio Ministros do Supremo recorreram ao humor, nesta sexta (19), para tentar diminuir o desconforto que impera na corte desde que a decisão de censurar dois sites foi tomada –e revogada– por Alexandre de Moraes.

Entra na roda e Ginga Um integrante do STF fez circular entre aliados vídeo que satiriza o tribunal ao som de música que emula o clássico YMCA, do Village People. “É sempre uma alegria o SSS TTT FFF/ Ninguém vai falar do SSS TTT FFF/ Você ponde xingar/ Eles vão te buscar/ Mas é para poder te abraçar”, diz a canção.

Ventos da juventude “Como se diz na São Francisco”, justificou o ministro que disparou o vídeo, “‘Ridendo castigat mores’ ou ‘O riso corrige os costumes'”.

Lá como cá Luís Roberto Barroso desembarcava em Nova York na quinta (18), véspera de sua palestra na Universidade de Columbia ao lado de professores de Harvard e da NYU, quando brincou com o mote do evento, intitulado Democracia Constitucional: Crises e Novos Desafios.

Lá como cá 2 “Todos aflitos com isso no mundo. Mas se soubessem o que a gente passa, ficariam reconfortados”, disparou o ministro.

Telefone sem fio Lula pode ainda não saber que o STF revogou sua proibição de dar entrevista à Folha e outros veículos que foram à Justiça.

Telefone sem fio 2 A sentença foi publicada após as 18h de quinta (17), horário em os advogados são obrigados a deixá-lo. Com o feriado nesta sexta (19) e o fim de semana prolongado, ele só será comunicado por sua equipe na segunda (22). Sem acesso a jornais, a único meio que poderia tê-lo informado da reviravolta no STF é a TV.


TIROTEIO

Em uma democracia, só o Judiciário corrige o Judiciário. Este inquérito, esperamos, será revisto pelo próprio STF

De José Robalinho, da Associação Nacional dos Procuradores da República, sobre a apuração da corte contra ofensas e fake news