Integrante do Conselho do Ministério Público pede apuração de vazamento de documento da Lava Jato
Integrante do Conselho Nacional do Ministério Público indicado pelo Senado, Luiz Fernando Bandeira de Mello fez representação ao corregedor do colegiado pedindo a apuração do vazamento do documento que menciona o presidente do Supremo, Dias Toffoli, e que deflagrou nesta terça (16) uma queda de braço entre a corte e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
No pedido, Bandeira diz que “as consequências de vazamentos podem ser nefastas tanto para os investigados quanto para os agentes públicos envolvidos”.
O documento em questão é uma resposta de Marcelo Odebrecht a questionamentos feitos por investigadores que atuam na Lava Jato de Curitiba sobre termos usados por ele em e-mail direcionado a executivos da empreiteira batizada com seu sobrenome.
Na peça, o delator explica que em menção ao “amigo do amigo do meu pai” refere-se ao hoje presidente do STF, que na época era advogado-geral da União. O documento foi publicado pela revista digital Crusoé no último dia 11. Nesta segunda (15), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que o veículo tirasse a reportagem do ar, classificando-a como fake news com base em uma nota da Procuradoria-Geral da República, que disse não ter recebido a papelada.
Desde a determinação de censura, o caso escalou. Moraes, que preside inquérito sobre fake news e ofensas a integrantes da corte, determinou nesta terça (16) operações de busca e apreensão contra pessoas que fizeram ataques ao Supremo nas redes. Ele também convocou procuradores a falar sobre o vazamento do documento, além de jornalistas da Crusoé.
Horas depois, Raquel Dogde divulgou documento em que aquiva o inquérito presidido por Moraes, num gesto de enfrentamento do STF.
A censura à Crusoé e ao Antagonista, site ligado à revista digital, foi condenada não só pelos dirigentes das publicações mas também por políticos e entidades que viram na decisão de Moraes um atentado à liberdade de imprensa, de expressão e um ato de intimidação judicial.
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