Partidos de centro discutem defender publicamente saída do sistema de capitalização da reforma

Corpo sem coluna vertebral Partidos de centro e de centro-direita discutem pregar publicamente a exclusão do sistema de capitalização da reforma da Previdência como condição para o avanço da proposta no Congresso. Esse trecho é vendido pela equipe econômica como um dos pilares do projeto montado pelo ministro Paulo Guedes, mas se tornou alvo de forte resistência. A ideia é colocar a capitalização no mesmo pacote das mudanças no BPC e na aposentadoria rural, que já foram descartadas pela maioria das siglas.

Joga fora no lixo O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já havia dito que, “da forma como está”, o sistema de capitalização é indigesto. Agora, porém, nomes de legendas como o PP e o PSD dizem que é melhor extirpar essa parte da proposta.

Mão do gato Os críticos à criação do sistema dizem que ele é inviável para os mais pobres, com renda de até dois salários mínimos, e que, dada a sanha do governo por enxugar os bancos públicos, como a Caixa e o Banco do Brasil, a capitalização poderia ser usada para alavancar instituições financeiras privadas.

Saco vazio A pressão do governo pela manutenção do cronograma que prevê a votação no dia 17 de relatório pró-reforma na Comissão de Constituição e Justiça, fez líderes do centrão lembrarem que “quem define pauta é a maioria”. “Se a oposição obstruir e nós cruzarmos os braços, vão votar o quê?”, indagam.

Labirinto Os partidos querem que a CCJ vote, antes da Previdência, emenda que institui o Orçamento impositivo. Se o presidente da comissão não fizer um acordo, líderes do centrão vão apresentar requerimento para inverter a pauta. Têm certeza de que terão votos para fazê-lo.

Anéis e dedos O Palácio do Planalto já admite que a medida provisória que reestrutura a Esplanada dos Ministérios será alterada. Nesse cenário, decidiu brigar para evitar que o número de pastas seja ampliado e ultrapasse 22.

#Tamojunto Além do chanceler Ernesto Araújo e de Olavo de Carvalho, pessoas próximas ao escritor que ocupam os mais diversos postos no governo fazem campanha para o diplomata Nestor Forster assumir a embaixada do Brasil nos Estados Unidos.

Telhado de vidro Documento produzido pela Receita para subsidiar resposta à Procuradoria-Geral da República admite que o Fisco expôs dados do ministro Gilmar Mendes, do STF, a uma empresa privada que tem dezenas de processos no Supremo, a Fibria.

Telhado de vidro 2 Área técnica da Receita diz que o relatório fiscal de Gilmar foi juntado por engano a documentos relacionados ao desembargador Luiz Zveiter e ao irmão dele, Sergio Zveiter (DEM-RJ) –que também foram expostos. Ambos entraram na mira do órgão após declararem rendimentos vinculados a escritório de advocacia da família.

Telhado de vidro 3 Ao investigar o escritório dos Zveiter, a Receita solicitou dados à Fibria Celulose, que havia feito pagamentos à banca. A Fibria pediu acesso a alguns documentos e, ao repassá-los, a Receita diz que, por engano, enviou também o relatório das contas de Gilmar Mendes.

Lacuna A Receita não diz, no texto, o motivo que a levou a analisar os ganhos do ministro.

Nó em pingo d’água Integrantes da oposição a Jair Bolsonaro buscam um discurso para tratar da criação do 13º do Bolsa Família. É consenso que haverá algum ganho político para o Planalto em redutos do PT.

Mão dupla Partidos de esquerda finalizam cálculo para mostrar que um reajuste no valor da inflação seria mais vantajoso e traria ganhos maiores do que o pagamento da nova parcela do programa.

Visita à Folha Henrique Meirelles, secretário de Fazenda do estado de São Paulo, visitou a Folha nesta quinta (11), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Milton Santos, secretário-executivo da pasta, e Carla Simões, gerente de comunicação.


TIROTEIO

Nos cem primeiros dias do governo, o presidente Jair Bolsonaro arrancou o número 13 da esquerda. O 13º é nosso

Da deputada Bia Kicis (PSL-DF), após o anúncio do 13º para beneficiários do Bolsa Família, nesta quinta-feira (11), no Planalto