Governo atrasa repasses, e construtoras do MCMV devem demitir 50 mil
A fonte secou Sob alegação de atrasos no repasse de pagamentos devidos pelo governo, construtoras que atuam no programa Minha Casa, Minha Vida avisaram ao Palácio do Planalto que vão começar a demitir trabalhadores. A defasagem no cronograma começou no início do ano. Com a promessa de que a situação seria regularizada, os empresários aguardaram até março. Como o dinheiro não veio, eles falam agora em dispensar até 50 mil empregados nos próximos dez dias. A dívida seria de R$ 450 milhões.
No limite O porta-voz do recado dos construtores foi o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção, José Carlos Martins. Ele enviou mensagens aos ministros da Casa Civil, do Desenvolvimento Regional e da Economia informando que “não consegue mais segurar o pessoal”.
No limite 2 Dados da CBIC indicam que o Minha Casa, Minha Vida representa dois terços do mercado imobiliário brasileiro. O setor da construção, que chegou a empregar 3,4 milhões de pessoas, hoje emprega 2 milhões.
Falo eu Procurado, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que não houve aviso formal de demissões, mas reconheceu que “tem recebido reclamações de pagamentos abaixo do necessário”.
Falo eu 2 “Importante ressaltar que, desde o início do ano, o ministério liberou R$ 732 milhões para o programa”, diz nota da pasta. Segundo o órgão, atrasos em janeiro e fevereiro foram decorrentes de contingenciamentos, mas há esforço para antecipar limites para os próximos meses.
Dia do fico O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez questão de passar mensagem de otimismo a investidores em reunião na Goldman Sachs, nesta segunda (1º). Ele não só reafirmou a aprovação da reforma da Previdência no primeiro semestre, como também disse que já começa a pensar na da simplificação tributária.
Versão light Maia contou aos presentes que se reúne nesta terça (2) com o economista Bernard Appy, um dos maiores estudiosos de tributação no país. Sobre mudanças na aposentadoria, disse que, com o envolvimento dos governadores e a extinção de alterações no BPC, “a maior parte da reforma passa”.
Jogo dos sete erros Líderes do centrão avaliam que o Planalto pisou na bola de novo ao divulgar, no domingo (31), vídeo a favor do golpe de 1964. Mais uma vez, afirmam, criou-se um ruído desnecessário.
Oremos Ao publicar mensagem sustentando que o pai ainda atua para instalar uma embaixada do Brasil em Jerusalém, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) acalmou a frente evangélica, que reclamava do recuo de Bolsonaro.
Você amanhã Quando deputado de oposição a Lula, o hoje ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) propôs enquadrar como crime de responsabilidade “utilizar emendas parlamentares como instrumento de barganha” no Congresso.
Nunca diga nunca O projeto, apresentado em 2008, também classifica como crime “deixar de pagar ou empenhar as despesas a elas [emendas] correspondentes no exercício financeiro a que se referem”.
Ampla defesa Informações complementares apresentadas pelo governo brasileiro à ONU no último dia 15 acabaram adiando o cronograma de aliados de Lula, que previam julgamento do recurso do ex-presidente à entidade ainda em março. A sustentação de legalidade da atuação de Sergio Moro quando juiz é parte substancial do documento.
Visitas à Folha Nicola Cotugno, presidente da Enel Brasil, visitou a Folha nesta segunda (1º), a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Janaina Vilella, diretora de comunicação, e Maria Fernanda de Freitas, gerente de relações com a mídia.
A deputada Tabata Amaral (PDT-SP) visitou a Folha nesta segunda. Estava acompanhada de Iris Campos, assessora de imprensa.
TIROTEIO
É preciso ser luz na caminhada para o futuro, não celebrar sombras de um passado ainda presente na dor da lembrança
De Luciano Mariz Maia, vice-procurador-geral, sobre o Planalto ter divulgado vídeo a favor do golpe de 1964, com saudações ao Exército