Maia avisa que vai barrar pauta-bomba e eventuais pedidos de impeachment, mas mantém distância da articulação

Ande com as próprias pernas Em conversa com o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), explicitou o alcance de seus compromissos com o governo Jair Bolsonaro. Afirmou que: 1) não deixará prosperar uma pauta-bomba no Congresso; 2) não usará o cargo como instrumento de chantagem de partidos; e 3) não dará andamento a pedidos de impeachment contra o mandatário do Planalto. Fora isso, a responsabilidade de colocar a base em ordem está nas mãos da atual gestão.

Ó capitão, meu capitão! A posição de Maia está alinhada à de partidos de centro e centro-direita e à do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Dirigentes de legendas passaram a noite do último domingo (24) afinando o discurso com o comandante da Câmara.

Sem carapuça Nessa reunião, prevaleceu o entendimento de que um revide do Parlamento ao Planalto, com a derrubada de projetos, por exemplo, daria força à narrativa de que o Congresso está “jogando contra o país”.

Braços cruzados Líderes foram orientados a não capitanear mobilizações nem contra nem a favor do governo. Eles esperam uma mudança de atitude do Planalto. O que mais incomoda hoje é o discurso de “nova política X velha política”.

Tiro ao alvo O Congresso quer manter o apoio do empresariado ao Parlamento e a Maia na disputa com o governo. Daí a guinada de narrativa. “O país precisa ver o que nos diferencia do Bolsonaro. O irresponsável, sem compromisso é ele”, diz um presidente de sigla do centrão.

Grão em grão O líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), trabalha por um cessar-fogo no seu partido –que é também o do presidente. Ele propôs a Bolsonaro iniciar nova rodada de conversas na Câmara, mas começando por legendas pequenas, com menos de 15 deputados.

Menu estrelado Fábio Coelho (presidente do Google no Brasil), André Gerdau, Vitório Demarchi (Ambev), Pedro Parente (BRF), Marcelo Melchior (Nestlé) e Flávio Rocha (Riachuelo). Eis um pequeno trecho da lista de empresários que jantam com o vice-presidente Hamilton Mourão, nesta terça (26), na casa do presidente da Fiesp, Paulo Skaf.

Leite derramado Procuradores que atuam na Lava Jato do Rio estavam trabalhando em denúncia contra Michel Temer quando receberam a informação de que o juiz Antonio Ivan Athié, do TRF-2, havia determinado a soltura do emedebista. Não pararam de escrever nem para lamentar.

À luta Aliados de Temer ficaram aliviados com a libertação –o emedebista parecia deprimido– mas preveem dura batalha judicial para mantê-lo fora do cárcere.

Vai que dá Como Athié havia levado o pedido de liberdade de Temer à sua turma no TRF-2, o meio jurídico avalia que sinais enviados por ministros de tribunais superiores no fim de semana teriam “estimulado” Athié a conceder ele mesmo um habeas corpus ao ex-presidente.

Vai que dá 2 Em privado, alguns membros do STF e do STJ classificaram a prisão de Temer, decretada por Marcelo Bretas, como “insustentável”.

Terra, mar, ar e ondas O governo fechou a nova grade de programação da EBC e abriu mais espaço para as Forças Armadas. A Marinha foi agraciada com dois programas novos (“Fortes do Brasil” e “Faróis do Brasil”), e o Exército com o “Brasil em Obras”. Uma série de 22 capítulos sobre o trabalho dos militares na Antártica também será exibida.

Coisa nossa Trechos de eventos governamentais que eram exibidos apenas na NBR agora estarão na programação da nova TV Brasil, sob o mote “Governo Agora”.

Sem fim Após ríspida discussão, Ricardo Vélez (Educação) pediu ao Planalto para demitir o presidente do Inep, Marcus Vinicius Carvalho. A exoneração foi aprovada por Bolsonaro e deve ser publicada nesta terça (26) no Diário Oficial.


TIROTEIO

Tal hostilidade deveria ser transformada em condecoração aos militares pela sensatez e equilíbrio que têm demonstrado

Do senador Esperidião Amin (PP-SC), sobres os ataques de Olavo de Carvalho ao vice-presidente Hamilton Mourão e colegas de farda