Por reforma, secretário da Previdência critica ‘demonização da política’ e defende negociação com Congresso

Hora do exorcismo Às vésperas de levar à Câmara o projeto que muda a aposentadoria dos militares, disparando o gatilho para a tramitação da reforma da Previdência, o secretário especial da área, Rogério Marinho, faz aceno explícito ao Congresso. “Está havendo uma satanização da política. A política com ‘P’ maiúsculo precisa voltar ao centro do debate”, diz. “Não há problema em o parlamentar buscar recursos para o seu estado, para a sua cidade. A emenda está na lei, é assim em qualquer lugar do mundo.”

Minha parte A fala de Marinho integra esforço de alas do governo para melhorar as relações da administração Jair Bolsonaro com o Parlamento e viabilizar a formação de uma base, facilitando o debate sobre a reforma.

Esquenta O estado de espírito de deputados, porém, segue indócil. Líderes dos principais partidos do centrão se juntaram à oposição e articulam aprovar nas comissões de Desenvolvimento Econômico e Relações Exteriores convocações dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Ernesto Araújo (Itamaraty).

Sujeito oculto O presidente da Comissão de Relações Exteriores é Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), que retorna de viagem aos EUA nesta quarta (20).

Bombeiros A disseminação de críticas ao projeto de reestruturação das carreiras militares nas base das Forças Armadas fez os departamentos de comunicação de cada corporação circularem informes com esclarecimentos sobre o projeto.

De cabo a general O comandante da Aeronáutica, Antonio Carlos Bermudez, afirmou que a proposta “respeita as peculiaridades de todos os círculos hierárquicos, sem exceção.”

Desconecta “Nesse momento tão importante, conclamo a todos os integrantes da Força Aérea a ponderar racionalmente acerca de notícias falsas, vindas embevecidas com a possibilidade do impasse com a responsabilidade cívica.”

Fera ferida No encontro com líderes partidários nesta terça-feira (19), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), demonstrou profundo incômodo com a artilharia digital da qual foi vítima. Chamado de “achacador” por bolsonaristas, disse que esse tipo ativismo não ajuda o governo.

Cordão sanitário Apesar dos indícios de que o inquérito aberto pelo STF na semana passada para apurar fake news e ofensas contra membros da corte pode alcançar auditores fiscais, Marcos Cintra, secretário da Receita, crê que seu órgão, “como instituição, não será alvo” de devassa.

Meu quintal Cintra repete o discurso de que a visita do presidente Jair Bolsonaro aos EUA abriu um diálogo que estava interditado desde 2003. Ele comemorou a assinatura de protocolo que evita a bitributação. Segundo disse, o governo brasileiro tenta destravar a medida desde 1967.

Meu quintal 2 O termo assinado por Bolsonaro e Donald Trump dá início a negociações que podem reduzir a dupla cobrança de empresas que operam nos dois países.

Tantas você fez… A terceira prisão do ex-governador Beto Richa (PSDB-PR) em cerca de seis meses ampliou a convicção de uma ala do tucanato de que, assim que houver troca de guarda na direção nacional do partido, é preciso rever a permanência na legenda de filiados que são alvo de acusações graves.

Inimigo do meu inimigo Depois de terem coletado assinaturas na Assembleia de SP para investigar Paulo Preto, o ex-diretor da Dersa, o PT e o PSL podem ter novo alvo comum. Integrantes das duas siglas são contra a PPP dos presídios, uma promessa do governador João Doria (PSDB).

Todos contra um O fato de o Ministério Público e o Ministério Público de Contas terem, ambos, apontado problemas no leilão da Ferrovia Norte-Sul ampliou a pressão sobre o Tribunal de Contas da União. Os órgãos envolvidos no caso foram chamados a prestar explicações. A intervenção da corte não é descartada.


TIROTEIO

Antes de tudo, é necessário que haja diálogo entre os presidentes. Uma intervenção geraria ainda mais conflitos

De Juliano Torquato (PRB), prefeito de Paracaima (RR), sobre Jair Bolsonaro não ter descartado intervenção militar dos EUA na Venezuela