Para aliados, Davi Alcolumbre vê em CPI da Lava Toga uma janela para ‘crise entre Poderes’
Algodão entre cristais Pessoas próximas ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), têm dito que ele vê com reservas as tentativas reiteradas de uma ala da Casa de instalar uma CPI para investigar o Supremo. Em conversas nos últimos dias, o democrata reafirmou que não acha oportuno instar um “atrito entre os Poderes” e que “ninguém quer criar uma crise”. Há um trabalho para que, pela segunda vez, parlamentares que assinaram o requerimento pela criação da comissão retirem seus nomes da lista.
Modo avião Há uma preocupação da cúpula do DEM com a pressão sobre Alcolumbre. Um dirigente do partido próximo ao presidente do Senado diz que ele deveria mudar o número de telefone. Motivo: a quantidade de mensagens enviadas por grupos que pedem impeachment de ministros do STF é enorme.
Baixar armas Alcolumbre encontra Dias Toffoli, presidente do STF, neste sábado (16), em almoço promovido pelo comandante da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Como mostrou o Painel na quinta (14), Jair Bolsonaro também irá. Interlocutores veem a reunião como oportunidade ímpar para um armistício.
Mãos dadas Para Toffoli, o encontro deste sábado indica que os três Poderes estão “unidos no mesmo propósito: destravar o Brasil de suas amarras, permitindo as retomadas do desenvolvimento econômico e da geração de emprego”.
Só Jesus na causa Apesar dos acenos de Maia a Bolsonaro em nome da reforma da Previdência, a avaliação corrente na Câmara é a de que, neste momento, nem o democrata é capaz de organizar a base do governo em pouco tempo. Falta o básico na articulação, dizem líderes de partidos de diversos matizes.
Regras básicas O Planalto não está alheio às críticas. Em reunião de ministros desta semana, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), deixou claro que o clima de insatisfação resiste.
Regras básicas 2 Vitor Hugo explicou, segundo relatos de presentes, que não se trata de atender pedidos de cargos e emendas, mas de abrir alguma relação: receber deputados, ouvir demandas, sugestões, enfim, dar uma via de acesso à gestão, independentemente de nomeações.
Geral e irrestrito O silêncio da procuradora-geral, Raquel Dodge, diante das críticas violentas feitas por ministros do STF a investigadores, na quinta (14), incomodou muito sua categoria –inclusive a ala que não concorda com atos da Lava Jato de Curitiba.
Chegou tarde Nesta sexta (15), Dodge tentou responder ao pedir informações ao Supremo sobre o inquérito aberto por Toffoli para investigar notícias falsas e ameaças contra ministros. Não adiantou. Procuradores acharam que ela demorou a tomar atitude.
Não vou só O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Robalinho Cavalcanti, nega que haja divisão no MPF sobre a nota dura que a entidade soltou contra a decisão de Dodge de questionar o fundo criado pela Lava Jato no STF.
Não vou só 2 “O instrumento usado foi tão mal recebido, tão desastrado, que mesmo colegas críticos à Lava Jato concordaram que era necessário repudiar a atitude da procuradora-geral”, diz Robalinho. Ele é visto como pré-candidato à cadeira que Dodge deixará em setembro.
Verdade seja dita Procuradores que não advogam nem por Dodge nem pela ANPR afirmam que o isolamento dela no MPF é, de fato, gritante.
Afasta de mim Integrantes do governo dizem que Bolsonaro ficou furioso com o fato de a indicação de Iolene Lima à Secretaria-Executiva do Ministério da Educação ter sido atribuída à sua mulher, Michelle. Nesta sexta (15), Iolene não foi confirmada no cargo.
Visita à Folha A deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente do PT, visitou a Folha nesta sexta (15). Estava acompanhada de Ricardo Amaral, assessor de imprensa.
TIROTEIO
Ficou claro que império da lei não se submete ao capricho e nem à arrogância dos que acham que podem tudo
Do criminalista Alberto Zacharias Toron, sobre a decisão do ministro Alexandre de Moraes de suspender a fundação criada pela Lava Jato