Reativados, grupos de WhatsApp bolsonaristas defendem Previdência e atacam o Supremo
Aqui me tens de regresso Liderados por bolsonaristas, grupos de WhatsApp que tinham sido desativados após a campanha voltaram a operar. A retomada coincidiu com o apelo da cúpula do Congresso para que o presidente religasse, em nome da reforma da Previdência, a rede de contatos que o ajudou a chegar ao Planalto. Além de textos de defesa da medida, as comunidades elegeram um alvo comum: o Supremo. Montagens pedem o “fim do STF”, apontam “a toga contra o povo” e chamam os ministros de criminosos.
Vim para confundir… Além do tom de protesto, mensagens que circulam nesses grupos disseminam informações falsas sobre a função, o funcionamento e os membros do STF.
… e para difamar Uma das postagens chega a afirmar que a corte tem “clientes como o BNDES”, e que “OAB e Judiciário estão aparelhados com essa máfia comunista e o narcotráfico de toda a América Latina”. “O STF só pode ser derrubado com uma ação efetiva e massiva do povo. O governo não pode os tirar de lá (sic)”.
Pose de vítima Há ainda postagens que pedem apoio a Jair Bolsonaro, que estaria sendo “engolido pelo sistema” e “jogado aos leões”. “Ele precisa de nós. (…) Pare de compartilhar bobagens e intriguinhas feita pela mídia podre.”
Por que agora? Em menos de 100 dias de governo, a família do presidente entrou na mira do Ministério Público por suspeita de abrigar funcionários fantasmas e recolher dinheiro de assessores. Já o partido dele, o PSL, é investigado por fomentar candidaturas de laranjas na campanha de 2018.
Conversa de cúpula Pessoalmente envolvido na montagem de uma base para o governo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai oferecer um almoço para Bolsonaro no sábado (16). O deputado também convidou os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Supremo, Dias Toffoli.
Esticar a corda A bancada evangélica do Congresso pretende anunciar independência em relação ao governo. A decisão foi tomada em reunião nesta quarta (13). Um comunicado será emitido assim que o grupo eleger seu novo presidente. Para demonstrar unidade, os religiosos definiram que o nome será escolhido por consenso.
Strike Em meio à crise gerada pelo embate com o escritor Olavo de Carvalho, o ministro da Educação, Ricardo Vélez, cogitou entregar o cargo na terça (12). Ele foi contido por aliados na pasta.
Strike 2 Sob ataque de Carvalho, Rubens Barreto, anunciado novo secretário-executivo do MEC, colocou o cargo à disposição nesta quarta (13). Diante da pressão, ficou decidido que ele ficará como adjunto e outro nome será escolhido com o presidente para a titularidade do posto.
Por um fio Apesar de Bolsonaro ter afirmado que Vélez seguirá no cargo, a bolsa de apostas para o posto só cresce. Miguel Nagib, fundador do Movimento Escola Sem Partido e cunhado da deputada Bia Kicis (PSL-DF), é apontado como personagem a ser observado.
Meu tempo Outro nome citado como opção é o do senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Por enquanto, Bia trabalha para que Vélez fique no cargo.
Lição de casa Após a tragédia na escola de Suzano (SP), nesta quarta (13), o líder do PSL na Assembleia, deputado Gil Diniz, decidiu propor que o governo do estado autorize policiais militares a receberem um extra para fazer rondas nas instituições de ensino durante as folgas.
Visitas à Folha Pedro Parente, presidente-executivo da BRF (Brasil Foods), visitou a Folha nesta quarta (13), onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Lorival Luz, vice-presidente executivo global da BRF, e Leandra Peres, diretora de reputação corporativa.
Cesar Cunha Campos, diretor da FGV Projetos (Fundação Getúlio Vargas), visitou a Folha nesta quarta (13). Estava acompanhado de Iris Campos, assessora de imprensa.
TIROTEIO
Um professor armado não teria evitado a tragédia e poderia até ter aumentado as mortes. Escola não é lugar de armas
Do senador Rodrigo Cunha (PSDB-AL) ao Major Olímpio (PSL-SP), para quem um professor armado poderia ter agido em Suzano (SP)