PT quer usar proposta de Haddad para Previdência para se contrapor a Bolsonaro

Lembre do que escrevi O PT avançou no debate sobre a posição que deve assumir durante a discussão da reforma da Previdência de Jair Bolsonaro. Está praticamente decidido que o partido defenderá uma proposta com a sua marca, diferente da do presidente. Ala importante da sigla prega que seus deputados adotem as medidas que estavam no plano de governo de Fernando Haddad em 2018: primeiro uma mudança nos regimes próprios, focada nos servidores públicos, fundada no discurso de corte de privilégios.

Diga a que veio Integrantes da legenda dizem que há o entendimento entre os seus principais líderes de que não basta só se opor ao modelo defendido pelo ministro Paulo Guedes (Economia).

O baile todo O PT reunirá seus dirigentes, governadores e parlamentares em um seminário em Brasília no dia 14 para tratar das mudanças nas regras de aposentadoria. Na véspera, o PSDB também vai discutir a reforma proposta por Bolsonaro com os economistas Paulo Tafner e Felipe Salto.

Batata quente Dirigentes da sigla do ex-presidente Lula já cogitam adiar a eleição da nova cúpula do partido. O grupo que prega a substituição de Gleisi Hoffmann (PT-PR) reconhece que ainda não conseguiu viabilizar um nome competitivo para o posto.

Gordura Integrantes da equipe econômica do governo dizem que, ao admitir a redução da idade mínima para as mulheres, o presidente Jair Bolsonaro abriu espaço para que o Congresso crie regras diferentes para elas nas aposentadorias rural e de professores.

Linha de corte O governo quer igualar a idade mínima para homens e mulheres nas regras de docentes e trabalhadores rurais: 60 anos.

Tente outra vez Na esteira da tragédia em Brumadinho (MG), a Câmara pretende elaborar um novo Código de Mineração. A pedido da bancada mineira, Rodrigo Maia (DEM-RJ) autorizou a instalação de uma comissão especial para discutir mudanças no marco regulatório do setor, em vigor há mais de 50 anos.

Última que morre A Casa tenta, sem sucesso, revisar a legislação desde 2011. “Do jeito que está, só as mineradoras levam vantagem”, diz o deputado Lafayette de Andrada (PRB-MG).

Cortina de fumaça Embora pregue cautela em relação ao anúncio “Lava Jato da Educação”, a comunidade acadêmica já admite que há apreensão entre educadores. O principal temor é de que o governo use as apurações sobre eventuais irregularidades para dar início a uma caça às bruxas nas universidades federais.

Um a um A avaliação é a de que a operação pode selecionar seus alvos, mirando gestores que não são alinhados a Jair Bolsonaro. Em conversas durante o feriado, integrantes da academia lembraram que, em 2017, uma ofensiva da PF levou ao suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier.

Sem sinal Auxiliares de Sergio Moro (Justiça) na Polícia Federal dizem que não viram até agora nenhuma investigação da “Lava Jato da Educação”, como o presidente Bolsonaro vem propagandeando.

Com lupa A OAB vai discutir a legalidade do fundo anticorrupção criado pela força-tarefa da Lava Jato, de R$ 1,25 bilhão. O presidente da entidade, Felipe Santa Cruz, porém, já tem duas certezas: defende que os recursos não sejam geridos só por procuradores e que tenha mecanismos de controle da sociedade.

Come frio Incomodados com a divulgação de seus números de telefone e da pressão a que foram submetidos para apoiar a candidatura de Janaína Paschoal (PSL) à presidência da Assembleia paulista, deputados planejam retaliações à bancada do PSL caso Cauê Macris (PSDB) seja reeleito.

Tudo dominado Ala comandada pelos veteranos Barros Munhoz (PSB) e Campos Machado (PTB) trabalha para controlar o Conselho de Ética da Casa e usar o colegiado para enquadrar os novatos por quebra de decoro parlamentar.


TIROTEIO

O Carnaval revela que a força do país está além da rede social. Corações e mentes ainda se ganham nas ruas

Do deputado Marcelo Calero (PPS-RJ), sobre os gritos de guerra contra o presidente Jair Bolsonaro que se disseminaram durante a folia