Investigadores da tragédia de Brumadinho querem acareação para dirimir versões divergentes

Caça à verdade Investigadores da tragédia de Brumadinho identificaram que funcionários da Vale deram versões divergentes nos depoimentos prestados às diversas autoridades que apuram o caso. Agora, querem uma acareação. À Polícia Civil, na semana passada, dois técnicos e dois gerentes da mineradora afirmaram que diretores da empresa sabiam de problemas na barragem do Córrego do Feijão, que se rompeu em janeiro. Em interrogatório anterior, à PF, eles negaram ter informação sobre isso.

Ampulheta O depoimento que levou a investigação à diretoria executiva da Vale foi revelado pela coluna Mônica Bergamo, da Folha, nesta terça (26). O STJ concedeu habeas corpus aos funcionários da empresa que estavam presos. Não fosse isso, a acareação ocorreria semana que vem.

Fique ciente Dirigentes de partidos de centro e centro-direita dispararam avisos aos seus deputados de que, até um acerto definitivo com o presidente Jair Bolsonaro, nenhuma sigla vai endossar o ingresso de seus quadros nas posições de vice-líder do governo.

Cada um por si Capitão Augusto (SP), por exemplo, reconhece que o PR não quer ser atrelado à sua atuação como vice-líder na Câmara. Ainda assim, diz que já começou a trabalhar.

Cada um por si 2 Augusto decidiu fazer, sozinho, um levantamento sobre a reforma da Previdência. Promete consultar um a um os 512 colegas para levar o resultado ao presidente.

Missão de uma vida O ministro Paulo Guedes (Economia) segue mantendo conversas com a velha guarda do Congresso. Nessas reuniões, ele reconhece as dificuldades da articulação política do Planalto e ressalta que a nova Previdência é o motivo de seu ingresso no governo.

Sem alarde Guedes tem reafirmado sempre que está disposto a ajudar a melhorar a relação Executivo-Legislativo, mas diz que precisa atuar com cautela, já que não quer melindrar os colegas que são responsáveis pela área.

De papel passado Um líder do centrão resume o quadro atual: todo mundo quer ser base do governo, mas “não encontra caminho”. “Eu não quero ser amante”, ele diz. “Quero casar na igreja, de véu e grinalda.”

Controle interno Após o escândalo das candidaturas laranjas e de notícias sobre desvio de recursos públicos na campanha do presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), a ala do partido mais ligada a Jair Bolsonaro começou um pente-fino nas prestações de contas de deputados que concorreram pela sigla.

Cortar pela raiz O material pode ser usado para pressionar a saída de Bivar do comando do partido. O grupo se movimenta com o discurso de que, se nenhuma medida for tomada agora, o ônus dos casos pode acabar caindo no colo do presidente.

Geladeira Bolsonaro disse a aliados mais próximos que quer distância máxima de Bivar. Não pretende fazer contato com ele tão cedo.

Tiro para todo lado Especialistas em segurança pública e entidades que atuam na área se incomodaram com o fato de Ilona Szabó não ter avisado antecipadamente que seria nomeada, a convite de Sergio Moro (Justiça), suplente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.

Tiro para todo lado 2 O pacote anticrime do ministro tem sido atacado por esses organismos –e Szabó é próxima de todos eles. A irritação do grupo mais chegado a Ilona coroou um dia de intensas críticas, já que os militantes bolsonaristas também não curtiram a escolha de Moro.

Embaixador A indicação de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) a líder da maioria é dada como certa no partido dele. O posto não tem vinculação com o governo, e sim com o leque de legendas que catapultou a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Casa.

Embaixador 2 O compromisso de Ribeiro, portanto, será com os parlamentares.


TIROTEIO

A Coreia do Norte não vive um regime ditatorial, e sim totalitário. Oprime seu povo até mais do que a Alemanha nazista

De Pio Penna, professor da Universidade de Brasília, após o chanceler Ernesto Araújo relativizar a brutalidade naquele país