Ofensiva da Receita sobre Gilmar amplia em ministros sensação de cerco ao Supremo

Sou você amanhã A devassa da Receita Federal nas contas de Gilmar Mendes e da mulher dele, Guiomar, ampliou a sensação de cerco a integrantes do STF. Membros da corte que já estavam intrigados com articulação de uma CPI dos tribunais superiores no Senado viram no episódio “clara tentativa de coação”. Eles entendem que a Receita não poderia investigar o juiz sem a autorização do Supremo –rito determinado pela Lei Orgânica da Magistratura. Internamente, houve forte solidariedade a Mendes.

Tenho dito Antes das críticas públicas ao procedimento, Gilmar Mendes fez chegar a integrantes da Receita a avaliação de que grupo criado pelo órgão para analisar as contas de autoridades havia se tornado um “braço do Ministério Público e da Polícia Federal” para perseguir desafetos de ala da Lava Jato.

Nada com isso Dentro da Receita, o vazamento do relatório das finanças de Mendes, publicado pela revista Veja, foi criticado. Integrantes do órgão fizeram questão de sinalizar ao Supremo que não endossam os termos usados pelo auditor que assina a peça.

Nada com isso 2 Em mensagens a ministros, membros da Receita enfatizaram que o documento trouxe ilações “que transcendem a competência do agente” e, desde cedo, estimularam o pedido de investigação do vazamento, chamando-o de ato criminoso.

Deixe-me ir Numa batalha para convencer a opinião pública de que o lobby para liberar seus quadros de inspeção em aeroportos é plausível, o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal elaborou ranking em que elenca nove países nos quais o procedimento é dispensado, entre eles Estados Unidos, França e Japão.

Marca-passo A nova condenação do ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia aumentou a apreensão no PT em relação a uma possível transferência do petista para o Complexo Médico Penal, em Pinhais (PR).

Minuto a minuto A pedido da direção petista, a assessoria jurídica do partido no Congresso está fazendo um pente-fino em eventuais pedidos de deputados da base de Jair Bolsonaro para que Lula deixe a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Santo de casa… Mesmo fortemente identificada com o governo, a bancada da bala na Câmara avisou que tentará mudar a medida provisória que redefine a estrutura da Esplanada dos Ministérios. Motivo: os deputados da frente querem de volta uma pasta só para Segurança Pública.

… não faz milagre O presidente do grupo, Capitão Augusto (PR-SP), apresentou emenda para fatiar o Ministério da Justiça, de Sergio Moro. Pela proposta dele, as polícias estaduais ficariam sob o comando do Ministério da Segurança. Já a PF ficaria debaixo do guarda-chuva do ex-juiz.

Minha patente À frente do PSL no Senado, Major Olímpio (SP) saiu em defesa do líder do governo na Câmara, o Major Vitor Hugo (PSL-GO), alvo de pesada fritura no Congresso. “Foi escolha pessoal do presidente Jair Bolsonaro. Nem houve votação ainda. Deixem ele mostrar a que veio”, diz.

Fica a dica Olímpio ainda lança uma alfinetada: “Se há uma insatisfação da base com compromissos não cumpridos pela articulação política do governo, a culpa não é do líder. Ele é o carteiro. Não pode ser penalizado pela mensagem”.

Gente nossa A equipe econômica decidiu catequizar até o time de ministros de Bolsonaro. Vai marcar conversas com todos os integrantes do governo, um a um, para defender a reforma da Previdência.

Menos é mais O governo preparou decreto que prevê o registro automático de empresas que forem classificadas como de baixo risco.

Visita à Folha José Olympio Pereira, presidente do Credit Suisse e da Fundação Bienal de São Paulo, e Luciana Guimarães, superintendente-executiva da entidade, visitaram a Folha nesta sexta (8).


TIROTEIO

A derrota não foi suficiente para o PT fazer autocrítica. Por hegemonia, ele mais divide a esquerda do que se opõe ao rival comum 

De André Figueiredo (CE), líder do PDT na Câmara, sobre o racha na esquerda que foi explicitado no ataque de Ciro Gomes a Lula