Ministros do Supremo e do STJ veem tentativa de intimidação em requerimento de CPI

Sob júri popular A notícia de que o senador Alessandro Vieira (PPS-SE) conseguiu as assinaturas necessárias para pedir a abertura de uma CPI com foco nos tribunais superiores tirou do campo da bravata a reação de ministros do STF e do STJ à articulação. Togados de diferentes alas reagiram em uníssono com contrariedade ao que chamaram de tentativa de intimidação do Judiciário. A Associação dos Magistrados Brasileiros entrou em campo no Congresso para monitorar o movimento e mapear as adesões.

Mea-culpa Integrantes da AMB enviaram relatos nesta quinta (7) a ministros do STJ e do STF sobre o ânimo no Senado com a possível instalação da CPI. Segundo disseram, há parlamentares dispostos a retirar assinaturas do pedido alegando que não checaram direito do que se tratava quando o apoiaram.

Entre nós A avaliação de ministros do STF é que, sem apontar a apuração de um fato objetivo, a CPI é inconstitucional. A promessa de investigação sobre a duração de pedidos de vista, por exemplo, é considerada irregular, pois se trata de tema jurisdicional.

Pão e circo A própria coleta das assinaturas foi lida pelos magistrados como uma afronta. Há especulações no Judiciário sobre quem poderia estar por trás do ato. Ministros se dividem. A maioria, porém, vê no requerimento uma tentativa de chamar a atenção e dar eco a críticas das redes sociais à atuação do STF.

Defesa e acusação Aliados de Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, dizem que, “se ele tiver juízo, não leva o pedido de CPI à frente”. Avaliam que não é hora de embate com o Judiciário. Alessandro Vieira vai na direção oposta.

Defesa e acusação 2 “Há o número de assinaturas. O rito prevê encaminhamento para a leitura na próxima sessão, e, depois, instala-se a comissão”, diz Vieira. “O Brasil sabe que a discussão é necessária.”

Gêmeo bom O senador Cid Gomes (PDT-CE) fechou a semana no Congresso atuando na direção oposta à que o irmão, Ciro, atirou nesta quinta (7), quando bradou em uma reunião da UNE que está solto enquanto Lula permanece preso. Um dia antes, Cid falou com petistas, em Brasília, no sentido de uma reaproximação.

Vem que tem Deputados já preparam requerimentos de convocação de integrantes do governo Jair Bolsonaro. O primeiro alvo será Gustavo Canuto (Desenvolvimento Regional), que suspendeu contratos do Minha Casa, Minha Vida.

Campo minado Canuto travou a liberação de verbas para a construção de quase 20 mil unidades habitacionais. A decisão, que repercutiu mal no Legislativo, preocupou Onyx Lorenzoni (Casa Civil).

Nem aí Hamilton Mourão segue disposto a não polemizar com pilares do bolsonarismo que, nos últimos dias, dispararam críticas a ele, como o escritor Olavo de Carvalho. Nesta quinta, em reunião com a CUT, o vice voltou a desempenhar papel moderador.

Todo ouvidos Mourão disse que levaria as reivindicações dos sindicalistas a Bolsonaro. “Posso discordar dos interlocutores, o que não posso é desqualificá-los”, disse, segundo relatos.

Visitas à Folha Sidney Klajner, presidente do hospital Albert Einstein, e Claudio Lottenberg, presidente da UnitedHealth Group Brasil e do Conselho Deliberativo do Einstein, visitaram a Folha nesta quinta (7), onde foram recebidos em almoço, a convite do jornal.

André Pepitone da Nobrega, diretor-geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), visitou a Folha nesta quinta (7). Estava acompanhado de Leonardo Goy, assessor de imprensa.

Os professores Luiz Carlos Bresser Pereira e Maria Hermínia Tavares e o ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, fundadores e membros da Comissão Arns, visitaram a Folha nesta quinta (7). Estavam acompanhados de Julia Magalhães, assessora de imprensa.


TIROTEIO

A segunda condenação do Lula é um bálsamo na alma ferida do brasileiro e um sinal de que o crime não vai vencer a lei

De deputada Bia Kicis (PSL-DF), sobre a sentença da juíza Gabriela Hardt, que condenou o ex-presidente a 12 anos e 11 meses de prisão