Com apoio do PSL, centrão inicia boicote a líder do governo na Câmara para forçar substituição
Ponte do rio que cai Na Câmara, caciques de partidos do centrão querem fazer do líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), a primeira vítima de sua insatisfação com a articulação política do Planalto. O movimento conta com o apoio de ala numerosa do PSL, sigla de Jair Bolsonaro, e até de integrantes da Casa Civil, que desconfiam da capacidade do nome escolhido pelo presidente. Há articulação para, com o início das sessões de votação na próxima semana, impor derrotas e expor o isolamento de Hugo na Casa.
Salto sem rede Integrantes de legendas como DEM e PRB estão na linha de frente da articulação contra Vitor Hugo, que não encontra defensores nem entre quadros do PSL. A ordem na sigla, inclusive, é ignorar pedidos do líder por assinaturas em projetos e requerimentos de CPIs.
Ampulheta A insatisfação na Câmara com o escolhido de Bolsonaro preocupa não só a Casa Civil, mas também outras alas do governo. Há o temor de que o problema se arraste para além da apresentação da reforma da Previdência, o que poderia prejudicar o andamento do texto.
Filho é teu No Ministério da Economia, auxiliares de Paulo Guedes já adotaram o mote de que, no que diz respeito à condução do texto que vai tratar de mudanças nas regras da aposentadoria, “o líder do governo é Rodrigo Maia (DEM-RJ)“, o presidente da Câmara.
Profissional A insatisfação com o novato Vitor Hugo na Câmara pode dar fôlego a uma surpresa no Senado. Na tentativa de reacomodar o MDB –isolando Renan Calheiros (AL) do resto da bancada–, o presidente Davi Alcolumbre (DEM-AP) patrocina a indicação de Fernando Bezerra (MDB-PE) para líder do governo.
Nome aos bois Bezerra é visto como um nome habilidoso e experiente. A articulação para fazer dele líder do governo no Senado passa por, além de Alcolumbre, senadores do próprio MDB. Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) também foi sondado sobre o assunto. O martelo será batido pelo presidente, que está hospitalizado.
Só Depois da derrota, Renan se afastou das conversas no Senado. Seus aliados estão magoados. O modo como ele saiu da disputa deixou todos os que auxiliaram sua candidatura em uma sinuca de bico.
Supetão Apesar de esperada, a segunda condenação do ex-presidente Lula chegou mais cedo do que os petistas imaginavam. A defesa avalia duas possibilidades de recurso: embargos de declaração ou apelação direto ao TRF-4.
Come frio Aliados do ex-presidente dizem que a sentença deixa claro que a juíza Gabriela Hardt correu para poder assinar a nova condenação. Além de, com base no nome e no apelido, tratar Leo Pinheiro como duas pessoas diferentes, ela comete erros de digitação. Escreveu, por exemplo, “inverosímel” (sic).
Sinal amarelo O ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto, suspendeu contratações do Minha Casa Minha Vida feitas nos estertores da gestão de Michel Temer. A pasta identificou que 17,4 mil novas unidades habitacionais foram autorizadas entre 28 e 30 de dezembro.
Sinal amarelo 2 Procurado, o ministério informou que “parte dessas contratações não seguiu os critérios processuais regulares” e que, por isso, “determinou à Caixa que não autorizasse o início dos empreendimentos até a avaliação final”.
Visitas à Folha Caio Augusto Silva dos Santos, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil seção São Paulo visitou a Folha nesta quarta-feira (6). Estava acompanhado de Raquel Elita Alves Preto, diretora tesoureira da OAB; Valmir Siqueira, chefe de gabinete da presidência; e Marili Ribeiro, gerente de comunicação.
Walfrido Warde, sócio fundador do escritório Warde Advogados, visitou a Folha nesta quarta. Estava acompanhado de Isaac Sidney, ex-diretor de Relacionamento Institucional do Banco Central e consultor da banca, e de Felipe Patury, assessor de imprensa.
TIROTEIO
Não se constrói base sólida apenas com frases de efeito. É preciso engenharia e articulação política –e isso é tarefa do líder
Do deputado Efraim Filho (DEM-PB), sobre a dificuldade de aliados do presidente Jair Bolsonaro de estabelecer pontes com o Congresso