PDT e PC do B atuam para derrubar a única articulação capaz de impedir o isolamento do PT na Câmara
Divórcio litigioso Integrantes do PDT e do PC do B trabalham para impingir derrota ainda mais pujante ao PT na disputa por espaços no comando do Congresso. Após o naufrágio do bloco de centro-esquerda que tentava se opor à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na Câmara, líderes dessas duas siglas tentam convencer o PSB a unir-se a elas e ao democrata, isolando de uma vez petistas e o PSOL. A jogada acabaria com as chances de o PT, que elegeu a maior bancada, ocupar um espaço na mesa diretora da Casa.
Quem com ferro fere O racha na esquerda é um reflexo da divisão que se deu entre os partidos desse campo ainda na eleição de 2018. Para garantir que seria possível levar a candidatura presidencial de Lula, mesmo preso, até o limite, o PT isolou o candidato do PDT, Ciro Gomes, e pressionou muito o PC do B.
Beira do precipício O PT hoje tenta evitar seu expurgo do comando do Congresso articulando um bloco com o PSB e o PSOL. Se os aliados de Maia no PDT e no PC do B demolirem esse acordo, o partido não conseguirá espaço proporcional na direção da Câmara à votação que obteve nas urnas, quando fez 56 deputados.
Vai que é tua O PT não assiste à ofensiva parado. O partido fez um acordo com o PSB e afiançou que, se o bloco deles com o PSOL for mantido, a vaga na Mesa Diretora conquistada pelo número de deputados será dos socialistas.
Entre amigos Maia, que conta com votos de alguns petistas com quem tem proximidade pessoal, tem negociado no varejo, analisando caso a caso vagas em comissões e a relatorias de projetos importantes.
Chega O ex-presidente Michel Temer acionou aliados no MDB da Câmara para garantir que seu partido desse um fim à articulação do bloco de oposição a Maia com o PT e o PP.
Sem fronteiras Para atrair o PP de volta ao seu arco, Maia fez promessas que envolveram até o terreno vizinho, o Senado. Ele se comprometeu a trabalhar para que a senadora eleita Danielle Ribeiro (PP-PB) assuma o comando da Comissão Mista de Orçamento.
Mapa Na Câmara, o PP ficará com uma secretaria da Mesa Diretora. As outras estão prometidas a PR, PSD e ao bloco formado por PDT e PC do B.
Íntimo e pessoal Lula ficou profundamente emocionado ao receber a notícia, por meio de seus advogados em Curitiba, que o irmão Vavá, de 79 anos, havia morrido. Ele contou histórias do passado em família e mencionou que, antes de ser internado, o parente mandou avisar que queria visitá-lo na carceragem.
Íntimo e pessoal 2 Até o fechamento desta edição, o ex-presidente lutava para obter autorização da Justiça para ir ao enterro do irmão. Lula disse aos advogados que torcia muito pelo aval, especialmente por não ter conseguido se despedir de Vavá.
Carta na manga Na tentativa de ganhar tempo na disputa pelo comando do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) trabalha com a possibilidade de transferir a eleição na Casa de sexta (1º) para o sábado (2). O democrata costurou a manobra com o grupo de senadores anti-Renan Calheiros (MDB-AL).
Sono da beleza A ideia é que um dos adversários do emedebista faça a sugestão, e Davi, que deve presidir a sessão na sexta, consulte o plenário. O discurso oficial será o de que a mudança da data evitaria que a disputa varasse a madrugada.
Mas já? Antes mesmo de iniciarem o mandato, os três senadores eleitos pelo PTB se preparam para deixar o partido. Um deles negocia com o Pros e os demais fecharam nesta terça (29) com o PSD.
Efeito colateral Mineradoras estão preocupadas com possíveis mudanças na legislação para o armazenamento de resíduos de minério. Integrantes do setor dizem que, se o governo proibir o modelo atual de barragens, haverá forte impacto na produção nacional –principalmente sobre as empresas menores.
TIROTEIO
Querem retroceder a um tempo em que os filhos da pobreza não podiam sonhar com diploma. Mas o Brasil mudou. Vai ter luta
De Aloizio Mercadante (PT-SP), após o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodrígues, rejeitar a “ideia de universidade para todos”