Cúpula do MDB se move contra Renan, que calcula ter 10 dos 13 votos na sigla
Honrando a tra(d)ição A disputa interna que vai definir o candidato do MDB à presidência do Senado trará consigo uma das marcas do partido: a traição. O lançamento do nome de Simone Tebet (MDB-MS) foi articulado pela direção da sigla, que disse ver nela uma chance de neutralizar o mote “Renan, não”. Já o experiente senador passa os dias fazendo contas. Calcula ter 10 dos 13 votos da bancada. As digitais da cúpula da legenda na candidatura de Tebet ficaram longe do radar do alagoano.
Dois e dois são cinco Aliados de Tebet fizeram circular nos últimos dias que ela teria o apoio de 7 dos 13 senadores. Como se vê, cruzando os dados com o que ela e Renan trabalham, a conta não fecha.
Linhas cruzadas A direção do MDB tem dito a Tebet que vai trabalhar para demover Renan da disputa interna. No pano de fundo dessa jogada está a sucessão da cúpula do partido. O governador Ibaneis Rocha, do DF, dá sinais de que vai entrar na briga para destronar Romero Jucá (MDB-RR).
Meu guru Renan Calheiros segue no trabalho de aproximação com ala do governo que lhe parece mais pragmática do que o núcleo político do Planalto. O senador combinou um novo encontro com o ministro Paulo Guedes (Economia). A conversa deve acontecer logo após o Fórum Econômico Mundial, em Davos.
Não larga Aliados do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que tem apoio no governo, dizem que ele não tem disposição de abrir mão de sua candidatura para apoiar Tebet.
Nas ruas Movimentos sociais de esquerda estudam uma manifestação nacional para cobrar a retomada da investigação do caso que envolve o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). A Frente Povo Sem Medo monitora o clima nas redes sociais para definir a data.
Nas ruas 2 A ideia é que a mobilização tenha a participação do MTST, do MST e da CUT.
Faca O plano de reestruturação da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) de Jair Bolsonaro prevê redução de 30% do quadro de cerca de 2.000 funcionários. O governo vai aproveitar o projeto de Michel Temer de fusão da NBR com a TV Brasil –juntar em um único canal a programação oficial do governo e a da TV pública.
Nenhum real a menos A Associação Nacional dos Procuradores da República começou a consultar a categoria para obter apoio e exigir compensações à restrição do auxílio-moradia, que antes era pago a todos, indistintamente.
Nenhum real a menos 2 Os procuradores querem que o Ministério Público Federal pague o reajuste salarial de 16% –incorporado aos vencimentos neste ano– retroativo aos meses de novembro e dezembro, e ainda às férias e ao 13º. A categoria também reivindica aumento em gratificações para que os ganhos se equiparem aos de magistrados.
A postos Na consulta, a ANPR indaga se está autorizada a declarar a classe em estado de mobilização pela “grave e intolerável” situação remuneratória dos procuradores, falta de simetria com juízes e pelo “silêncio” da Procuradoria-Geral da República “às demandas institucionais”.
Menos é mais Integrantes do TRF-4 destacaram uma qualidade de Luiz Antonio Bonat, que deverá substituir Sergio Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba: a reserva no trabalho. Apostam que ele atuará com discrição e muito cuidado na análise de provas.
Tête-à-tête A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse à direção da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) que pretende ir em breve à Arábia Saudita para negociar a reabilitação de frigoríficos brasileiros na lista dos exportadores de carne de frango para o país.
Mostre a que veio Analistas do mercado dizem que coube a Paulo Guedes a salvação do Fórum Econômico de Davos. Ele fala exatamente o que os investidores querem ouvir e, não fossem seus discursos, o saldo da Suíça para o Brasil poderia ser negativo.
TIROTEIO
Se é para governar pelo exemplo, os militares deveriam ser os primeiros a cortar na carne. Afinal, Brasil acima de tudo
De Marcos Pereira, presidente do PRB, sobre Bolsonaro ter dito que as Forças Armadas entrarão na segunda parte da reforma da Previdência
Erramos: o texto foi alterado
Diferentemente do que foi publicado na nota "Faca", hoje a EBC (Empresa Brasil de Comunicação) tem cerca de 2.000 funcionários, e não 2.500.