PT articula CPI para aumentar pressão sobre ex-assessor e família Bolsonaro
Voltas que o mundo dá A oposição ao governo Jair Bolsonaro já discute a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para aprofundar a investigação do caso do ex-motorista Fabrício Queiroz, que trabalhou até o ano passado para o gabinete do senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio. O PT tratará do assunto em reunião nesta segunda (21). A ala favorável à CPI na sigla cresce a cada dia, mas ainda busca formas de convencer outros partidos da oposição a abraçar a ideia.
Lá vamos nós Para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, o Ministério Público do Rio e o governo não se mostram dispostos a levar o assunto às últimas consequências, e por isso é preciso que a oposição no Parlamento entre em campo.
Pedra no sapato Mesmo que a cúpula do Congresso barre a iniciativa, a oposição espera criar desgaste para o clã presidencial. Em dezembro, o presidente admitiu ter feito um empréstimo de R$ 40 mil ao ex-assessor do filho, sem declarar a operação à Receita.
Sorte de principiante Criminalistas que atuam no Supremo Tribunal Federal ficaram surpresos ao pesquisar o currículo do advogado que conseguiu travar no STF a investigação do Ministério Público do Rio sobre Queiroz. Sua trajetória indica o direito tributário como especialidade.
Pose para foto Integrantes do Judiciário e militantes de esquerda resgataram a informação de que o ministro Luiz Fux, que concedeu a liminar a pedido de Flávio Bolsonaro, celebrou um dos casamentos do empresário Paulo Marinho, que será suplente do filho do presidente no Senado.
Muralha Fortalecido após sua reeleição, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), desponta como um dos maiores entraves no partido a um acordo para ajudar Rodrigo Maia (DEM-RJ) a se reeleger como presidente da Câmara. A Bahia foi o estado em que o PT mais elegeu deputados federais.
Pauta mínima Mediador das várias correntes petistas, o deputado José Guimarães (PT-CE) diz que a posição da sigla na disputa pelo comando da Câmara e do Senado dependerá de compromissos com a independência do Congresso, uma pauta autônoma em relação à do governo e oposição a medidas ultraliberais.
Clima em casa Dirigentes do PSL preveem constrangimento quando chegar a hora de votar a reforma da Previdência. Entre os 52 deputados eleitos pelo partido de Bolsonaro, há 16 policiais e 5 militares, avessos a mudanças nas aposentadorias de suas corporações.
Está no preço Levantamentos feitos informalmente por parlamentares indicam que os deputados da sigla do presidente dificilmente alcançarão consenso sobre o tema. Articuladores políticos da Casa Civil dão como certa a resistência na bancada bolsonarista.
Todos os sabores Um integrante da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, dá uma ideia da variedade de opções em estudo para a reforma: assessores de Guedes receberam 29 estudos só sobre as pensões dos militares.
Truco A cúpula do PT discute nesta segunda a ideia de uma proposta alternativa para a Previdência, a ser encampada pela oposição. A iniciativa foi sugerida em artigo do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, colunista da Folha, e ganhou apoio entre petistas.
No cardápio O ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS), indicou o pagamento do 13º para beneficiários do Bolsa Família como uma das oito ações prioritárias da pasta neste começo de governo.
Ponta do lápis Promessa de campanha de Bolsonaro, o benefício extra custaria R$ 2,5 bilhões, além dos R$ 30 bilhões destinados pelo Orçamento de 2019 às 14 milhões de famílias que estão no programa.
Porta de saída Para tentar viabilizar a proposta, Terra também incluiu entre suas prioridades medidas de geração de emprego e renda, que promovam a autonomia dos beneficiários do Bolsa Família e assim reduzam o seu custo.
TIROTEIO
Os militares que chegaram ao governo agora são de uma geração que aprendeu com 1964 e poderão assumir papel moderador
Do cientista político Eduardo Raposo, professor da PUC do Rio, sobre a presença de militares em postos chave do governo Jair Bolsonaro