Surpreendido pelo PSB, Maia aposta em traições na esquerda e no MDB para levar eleição

Dividir para reinar Surpreendidos pelo PSB, que por ampla maioria decidiu não integrar o bloco que vai apoiar a reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara, dirigentes de siglas que estão com o democrata dizem que ele já costura acordos de bastidor para estimular traições na esquerda e no MDB. Como a votação será secreta, Maia espera ter ao menos um terço dos votos do PT e do PDT, independentemente dos acordos de cúpula. Para rachar o MDB, conta com a ajuda de senadores da legenda.

Dois por um No PSB, a expectativa é a de que o PDT ingresse no bloco anti-Maia, encabeçado por PP e MDB. O PC do B está dividido, mas, se todas as siglas de esquerda se unirem à ala do centrão que tenta rivalizar com o democrata, o grupo pode chegar a 216 deputados.

Fiel da balança O PT discutiria o rumo a tomar na disputa na segunda (14), mas deve antecipar a conversa para o fim de semana. Dono da maior bancada da Casa, com 56 deputados, o partido pode dar fôlego ao bloco anti-Maia.

Dado concreto Dos 22 deputados que foram à reunião do PSB, 16 pregaram um acordo com o bloco de oposição ao democrata. Cinco ficaram calados e um foi contra

Sua conta e risco A ida da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, à posse do ditador Nicolás Maduro dividiu o partido. Uma ala de dirigentes e militantes avaliou a viagem como desnecessária e pregou que o gesto se limitasse a uma carta ou nota de congratulação ao venezuelano.

Está pago Uma minoria, porém, defendeu o deslocamento. Disse que o PT não poderia se afastar de parceiros estratégicos e que, especialmente no início da gestão de Jair Bolsonaro, a ida à Venezuela teria função política. O desgaste, avaliou, já estaria precificado.

Prazo de carência As idas e vindas do governo Jair Bolsonaro confundiram a atuação da oposição. O PSOL jogou fora dois requerimentos em que questionava a paralisação da reforma agrária e as mudanças no edital de livros didáticos. Contra o desperdício, a sigla decidiu que vai esperar 48 horas para reagir a anúncios.

Para constar A Apex informa que não desligou nenhum servidor de carreira de seus quadros. Só comissionados.

Registro histórico “O que eu faria se tivesse sido convidado para eventualmente ser ministro da Justiça e eventualmente para ser ministro do STF? Para que não haja contaminação dessa que é a maior investigação da história brasileira (…), eu nem titubearia em cogitar. A minha resposta seria imediata: não e não”. A frase é de Rodrigo Janot.

Registro histórico 2 O ex-procurador-geral é uma das autoridades entrevistadas pelo jornalista Kennedy Alencar no documentário “What Happened to Brazil”¦”, da BBC World News, que lança nova luz sobre os fatos mais notáveis da política desde o levante de 2013 até a eleição de 2018.

Registro histórico 3 Janot deu a declaração a Alencar no fim do ano passado, antes de Sergio Moro decidir ser o ministro da Justiça de Bolsonaro. O documentário, que ouve também ministros do Supremo e ex-presidentes, será exibido em três episódios e estreia neste sábado (12), à 0h30.

Digitais Em audiência nesta semana, Moro disse ao deputado João Campos (PRB-GO), relator do novo Código de Processo Penal, que apresentaria em até 60 dias uma série de sugestões para o projeto.

Meu plano Além da prisão após condenação em segunda instância, o ministro defendeu regras mais duras para a revisão de penas –especialmente as de condenados por corrupção– e a ampliação do prazo de prisão temporária.

Mea-culpa Nesta quinta (10), o FNDE reconheceu ao MEC que o erro na publicação do edital sobre livros didáticos ocorreu no órgão, que publicou uma versão antiga do documento. A investigação sobre o caso ficará por conta da futura corregedora da pasta, Suelen Botelho, que ainda não foi nomeada.


TIROTEIO

Tudo às claras: o PT prestigia a ditadura na Venezuela e lidera boicote à posse do presidente democraticamente eleito no Brasil

De ACM Neto, presidente do DEM, sobre a ida de Gleisi Hoffmann à cerimônia que inaugura o segundo mandato de Nicolás Maduro