Ala do centrão tenta reagir a acordo de Maia com PSL e articula bloco com PT

O que Bolsonaro (re)uniu Integrantes do centrão vão tentar reagir à altura e dar o troco na articulação encabeçada por Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o PSL de Jair Bolsonaro reunindo em um mesmo bloco o PT e o MDB, para fazer oposição ao grupo que hoje apoia a reeleição do democrata à presidência da Câmara. A ideia de dirigentes de PP, MDB e PTB é atrair a esquerda para um bloco parlamentar que faça frente ao projeto de Maia, garantindo a ida da disputa pelo comando da Casa para o segundo turno.

Mano a mano A ideia dos dirigentes do centrão que tentam armar o contragolpe ao acordo Maia/PSL é construir um bloco partidário com a esquerda que chegue a cerca de 210 deputados. O PT tem 56.

Litigioso Os partidos poderiam lançar mais de um nome para a presidência. Depois, marchariam juntos daquele entre eles que fosse para o segundo turno contra Maia. O bloco serviria principalmente para obrigar o vencedor a fatiar entre dois grupos os cargos da Mesa Diretora.

Acabou chorare Insatisfeito pelo acordo entre Maia e o PSL ter sido fechado longe de suas vistas, o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) foi convencido a não interferir mais na disputa no Congresso. Antes, porém, travou uma dura conversa com o presidente do partido de Bolsonaro, Luciano Bivar (PSL-PE).

Voz do mercado Aliados do chefe da Casa Civil dizem que avaliação de que a alta da bolsa foi impulsionada pelo acordo do PSL com Maia também influenciou o recuo estratégico de Onyx.

Anéis e dedos Na conversa com o PSL, o presidente da Câmara também teria disponibilizado o comando da Comissão de Relações Exteriores ao partido. Neste caso, a vaga ficaria com Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Já a segunda vice-presidência da Casa acomodaria Bivar.

Bênção Além do apoio do ministro da Economia, Paulo Guedes, Maia conseguiu conquistar o do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional e um dos principais conselheiros de Bolsonaro.

Dois contra um Aliados do democrata dizem que o aval de Heleno foi fundamental para conter a fúria de Onyx.

Passou da conta A decisão de Onyx Lorenzoni de “despetizar” a Casa Civil com demissões em massa foi criticada por outros ministros do presidente Jair Bolsonaro. Alguns disseram que não vão seguir os passos do colega, optando por chamar os comissionados um a um e questioná-los sobre a permanência no posto.

Balaio de gatos Carta escrita por um servidor que foi exonerado nesta quinta (3) expõe o descontentamento de parte da equipe da Casa Civil com o tratamento. O funcionário encaminhou texto a um deputado no qual chama de “infeliz” a declaração de Onyx de que as demissões seriam uma forma de livrar o órgão da influência do PT.

Balaio de gatos 2 “Nos comparar àquela quadrilha travestida de partido foi uma agressão desnecessária e gratuita de quem vai centralizar o ‘diálogo’ do governo”, diz o servidor na carta.

Lei do silêncio Após os vários registros públicos de discussões acaloradas no grupo da bancada do PSL, o líder do partido, delegado Waldir (GO), pediu aos colegas que parem de conversar sobre assuntos estratégicos no WhatsApp para evitar vazamentos.

Meu jeitinho O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), começou a imprimir seu estilo ao cotidiano do Palácio dos Bandeirantes. Passou de sala em sala apagando luzes e desligando o ar condicionado. Deu ordens para evitar o desperdício ao máximo.

Mando eu Ao chegar ao governo, Renato Casagrande (PSB), que venceu a eleição no Espírito Santo, decidiu cancelar uma série de convênios firmados com prefeitos por seu antecessor. Disse que faltam documentos e que vai escrutinar os investimentos autorizados. Causou burburinho.


TIROTEIO

Damares precisa decidir se vai ser estilista ou ministra. Ao que eu saiba, direitos humanos não é espaço de moda

Da senadora Kátia Abreu (PDT-TO), sobre a titular dos Direitos Humanos dizer que “menino veste azul e menina veste rosa”