Desarticulação pode rifar PSL da direção da Câmara; Maia age para garantir reeleição
Apesar de você A desarticulação interna pode ter liquidado as chances de o PSL integrar um bloco com força para ocupar espaços na Mesa Diretora da Câmara. A demora da sigla em iniciar conversas com Rodrigo Maia (DEM-RJ) —que age para se reeleger presidente da Casa— abriu espaço para que ele negociasse as principais vagas com outras legendas, fechando um grupo que, hoje, consegue entregar cerca de 250 votos. A meta é garantir 280, assegurando a vitória com ou sem o aval do partido de Jair Bolsonaro.
Chegou tarde Para vencer a eleição do comando da Câmara no primeiro turno são necessários 257 votos. Na reunião que teve com Maia, parte da cúpula do PSL reivindicou uma vice-presidência e a coordenação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O democrata avisou que esses espaços já estavam reservados.
Pé na estrada Mesmo com a articulação do bloco, Maia tem feito conversas individuais ou com até três parlamentares de cada partido, numa tentativa de fidelizar votos. Ele foi aconselhado por aliados a usar o mês de janeiro para viajar pelo país e manter a rotina de reuniões com as bancadas eleitas em cada estado.
Mão na cumbuca Maia não descarta o risco de uma ofensiva de outros candidatos, estimulada inclusive pelo PSL. Mas integrantes do partido de Bolsonaro dizem que só uma ação direta do presidente eleito seria capaz de unificar o discurso e as ações da sigla —o que ele não parece disposto a fazer.
Faça você mesmo Aliados de Bolsonaro relatam que, na reunião dos futuros ministros, quinta (27), Sergio Moro (Justiça) sugeriu como medida prioritária para os cem dias de governo a edição de um decreto que flexibilize a posse de armas, o que tiraria o debate do Congresso.
Verão passado No início de novembro, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) defendeu a adoção da medida que agora é encampada por Moro. Em 2016, Michel Temer baixou um decreto presidencial que ampliou a validade do registro de armas de três para cinco anos.
Excel Os futuros ministros sugeriram, ao todo, 70 medidas. Onyx Lorenzoni (DEM-RS) está compilando as propostas para que Bolsonaro defina 22, uma para cada pasta.
Pela janela Integrantes do Ministério da Educação que acompanham o trabalho da equipe de transição ficaram chocados com a decisão do futuro comandante da pasta, Ricardo Vélez Rodríguez, de rifar Antônio Flávio Testa, que seria seu número dois no órgão. Testa coordenou boa parte dos trabalhos, ação agora vista como tempo perdido.
Você e os seus Vélez desconvidou do MEC todos os quadros indicados por Testa, que assumiria a secretária-executiva da pasta. Os afetados pela decisão do ministro o chamaram de “traíra” e “mau-caráter”.
Numa tacada só Veléz Rodríguez também cortou outro nome que, como Testa, acompanha Bolsonaro desde a campanha: o coronel dos Bombeiros Paulo Roberto. Este já estaria convidado para assumir um posto na Casa Civil.
Dia após o outro Lula não demonstrou abatimento a Emídio de Souza e Fernando Haddad, em conversa nesta sexta (28). Os dois foram os últimos aliados a visitarem o petista neste ano. O ex-presidente só voltará a receber amigos na carceragem da PF em Curitiba no dia 2 de janeiro.
Do lado de lá O PT organizou caravanas para fazer um ato na virada, na vigília que acompanha a prisão de Lula. Espera reunir até 800 pessoas em Curitiba.
Errou a mão? Integrantes da bancada do PT na Câmara disseram que não houve unanimidade na sigla em torno da decisão de boicotar a posse de Jair Bolsonaro. Ninguém vai furar a determinação do partido, mas alguns integrantes consideraram o gesto drástico e mal explicado.
Vou ou fico? Membros do PC do B indicaram que podem acompanhar PT e PSOL e abandonar a cerimônia do dia 1º.
TIROTEIO
Se o presidente tivesse quatro anos de mandato terminaria seu governo mais popular que o cantor Luan Santana
Do ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo), sobre o recuo da rejeição à gestão Temer, considerada ruim ou péssima por 62%