Equipe econômica quer definir proposta para Previdência até fevereiro
Com que roupa ir Faltando duas semanas para a posse do novo governo, integrantes da equipe do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, dizem que sua prioridade na reta final da transição será afinar o discurso sobre a reforma da Previdência. Eles querem definir não só o projeto que será apresentado pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), mas a estratégia que será empregada para obter sua aprovação no Congresso. A ideia é que a proposta fique pronta até o início da nova legislatura, em fevereiro.
Atalho Entre auxiliares de Guedes há quem defenda o aproveitamento do projeto enviado em 2016 pelo presidente Michel Temer (MDB), que está pronto para ser votado no plenário da Câmara. Seria uma maneira de garantir mudanças nas aposentadorias mais rapidamente, no primeiro semestre do próximo ano.
Abrindo caminho Para os defensores dessa opção, aprovar a primeira parte da reforma logo no início do mandato daria a Bolsonaro fôlego para apostar em mudanças mais ambiciosas no segundo semestre, com a apresentação do novo regime previdenciário que a equipe de Guedes quer criar.
Eu primeiro A entrada do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) na equipe econômica, com a missão de conduzir a negociação da reforma, foi interpretada no mercado financeiro como sinal de que Guedes resolveu se mexer para contornar o problema da falta de articulação do novo governo com o Congresso.
Melhor esperar Também não há consenso no grupo sobre o que fazer com a reforma tributária. Parte da equipe de Guedes acha melhor tratar da Previdência primeiro e deixar os impostos para depois.
Acima de todos A decisão de Bolsonaro de não tomar partido na disputa pela presidência da Câmara é apontada por João Campos (PRB-GO) como o maior entrave à sua candidatura. Ele conta com simpatia de parte do PSL, mas não consegue convencer o presidente eleito a apoiá-lo abertamente.
Tente mais uma vez No esforço para convencer o novo governo a ajudá-lo, Campos se reuniu pela segunda vez nesta semana com o futuro ministro da Justiça, Sergio Moro. Disse que a pauta da segurança pública será prioridade em sua gestão, se vencer.
Questão de ordem Ao julgar na quarta (12) um ex-executivo da Embraer que admitiu ter pago propina para fazer negócios com a Arábia Saudita em 2010, a juíza americana Alison Nathan manifestou surpresa ao saber que nem todos os participantes das transações reconheceram sua culpa.
Só para checar Quando o advogado do réu disse que funcionários da empresa brasileira não quiseram cooperar com as investigações, a juíza perguntou ao procurador do caso, Richard Cooper, se era isso mesmo. “Acho que a resposta é provavelmente sim”, ele disse.
Não fui eu Em 2016, a Embraer fechou acordo para pagar multa de US$ 204 milhões e se livrar de processos criminais no Brasil e nos EUA. As autoridades americanas repreenderam a Embraer na época por ter poupado de punições disciplinares um executivo graduado, que não foi identificado.
Agenda cheia Jair Bolsonaro terá na quarta (19) a última reunião do ano com seus futuros ministros. No mesmo dia, o Ministério Público do Rio ouvirá o ex-assessor parlamentar Fabrício José de Queiroz, que trabalhou para seu filho Flávio Bolsonaro e cuja movimentação financeira despertou suspeitas das autoridades.
Corte o dinheiro O presidente eleito disse a seu escolhido para a pasta do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que gostaria de reduzir os repasses de recursos de multas e outras verbas federais para convênios com organizações não governamentais da área ambiental.
Tipo exportação Durante giro que fez pela Europa este ano a convite do partido espanhol Podemos, Guilherme Boulos (PSOL), que disputou a Presidência nas últimas eleições, participou da articulação de uma frente contra o avanço da extrema direita no mundo.
TIROTEIO
Pôr um órgão já fragilizado como a Funai num ministério fraco tornará mais difícil a garantia dos direitos dos povos indígenas
De Carlos Frederico Marés, ex-presidente da Funai, sobre a mudança do órgão do Ministério da Justiça para a pasta dos Direitos Humanos
(Ricardo Balthazar (interino), com Thaís Arbex e Julia Chaib)