PR busca brecha na lei e negocia diretoria na Caixa com governo Bolsonaro

Sempre cabe mais um Dono da sexta maior bancada na Câmara dos Deputados, o PR está se movimentando para abrir uma brecha na Lei das Estatais e ocupar cargos no governo Jair Bolsonaro (PSL). A sigla negocia com o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), a nomeação do deputado Milton Monti (SP) para uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal. Ele ficaria responsável pelo relacionamento com estados, municípios e estatais que têm financiamento do banco.

Prata da casa Economista e funcionário de carreira da Caixa, o deputado está concluindo o quinto mandato na Câmara e não se reelegeu. A Lei das Estatais proíbe a indicação de políticos para conselhos e diretorias das empresas.

Pedra no caminho Integrantes da equipe de transição temem complicações jurídicas mesmo se a nomeação ocorrer após o fim do mandato, porque a lei também barra pessoas que trabalharam para campanhas nos últimos três anos.

Deixa passar Em novembro, a Câmara aprovou projeto que elimina essa restrição, mas o Senado resiste à medida. Aliados de Bolsonaro dizem que a mudança interessa ao novo governo e que tentarão convencer o Senado a aprová-la.

Me dê ouvidos Frustrada por não ter sido contemplada na formação do novo governo, a chamada bancada da bala indicou o deputado eleito Capitão Augusto (PR-SP), que assumirá a liderança do grupo em fevereiro, para expor sua insatisfação a Bolsonaro.

A cor da farda Integrantes da bancada ficaram especialmente contrariados com a decisão do ex-juiz Sergio Moro de nomear um general para a Secretaria Nacional de Segurança Pública do futuro Ministério da Justiça, e não um policial.

Batem os sinos Em reunião com a bancada do PSL na quarta-feira (12), Onyx Lorenzoni pediu paz. “Temos que saber nos constituir como uma família”, disse. “A família precisa de tolerância, de resiliência e de solidariedade.”

Sem continência Parlamentares que estiveram com Bolsonaro reclamam da falta de cerimônia. Segundo eles, em reuniões com as bancadas o presidente eleito em geral entra pelos fundos e sai sem cumprimentar os deputados.

Voo solo Diante da perspectiva de o PRB ingressar na caravana de Rodrigo Maia (DEM-RJ) na disputa pela presidência da Câmara, o candidato da sigla, João Campos (GO), disse a aliados estar disposto a entrar no páreo mesmo se não tiver apoio da própria legenda.

Vi vantagem As conversas entre o PRB e Maia têm avançado. Ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, o partido espera ficar com a primeira vice-presidência da Câmara e o comando da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Casa.

De grão em grão Campos tem se movimentado para angariar apoio amplo se for deixado na estrada pelo PRB. Nesta quinta (13), ele esteve com o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE). O partido de Bolsonaro tem indicado que poderá estar ao seu lado na disputa.

Morrer na praia Integrantes da futura bancada bolsonarista temem ficar sem espaço na direção da Câmara se não fizerem a aposta certa na disputa pelo comando da Casa. Nem todos confiam nas chances de Campos se viabilizar como alternativa a Maia.

Pela boca Outro que está na disputa, Fábio Ramalho (MDB-MG), afirmou a Bivar que, se tiver o apoio do partido do presidente, vencerá a eleição na Câmara no primeiro turno. Conhecido por oferecer banquetes semanais aos colegas, brincou dizendo que não faltará comida se for eleito.

Grama do vizinho Em encontro com a bancada do PSL na terça (11), o futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, reclamou da fuga de empresas brasileiras para países como o Paraguai e o Uruguai e prometeu tornar o Brasil atraente para os negócios. “É ridículo a gente olhar para o Paraguai e achar o Paraguai bacana. Hoje está todo mundo fugindo.”


TIROTEIO

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(Ricardo Balthazar (interino), com Thaís Arbex e Julia Chaib)