Endividado, PT suspende viagens de dirigentes e revê contratos de aluguel

Apertando o cinto Asfixiada por dívida superior a R$ 4 milhões após a campanha eleitoral, a direção do PT decidiu tomar medidas para equilibrar suas finanças. Viagens de funcionários e dirigentes serão suspensas até janeiro. A folha de pagamento do diretório nacional será revista, assim como aluguéis e contratos com prestadores de serviços. “As reservas financeiras mantidas pelo PT esgotaram-se”, diz comunicado assinado pela presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, e pelo tesoureiro, Emídio de Souza.

Pires na mão Os petistas dizem que o dinheiro do Fundo Partidário, que deve render R$ 93 milhões para a legenda no próximo ano, é insuficiente para seus compromissos. Eles planejam lançar uma campanha de arrecadação na internet e pedir contribuições a parlamentares e filiados.

Passando a limpo Os dirigentes também prometem apresentar em breve à executiva nacional novas regras para controle interno, incluindo um sistema de conformidade nos moldes dos que têm sido adotados por empresas para inibir a prática de corrupção.

Com juros Outra preocupação dos petistas são as ações que enfrentam na Justiça. A Procuradoria-Geral da República pede a devolução de R$ 19 milhões do Fundo Eleitoral gastos no período em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva manteve registro como candidato mesmo preso.

A casa é sua Um velho conhecido do PR está cotado para voltar à diretoria do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) responsável pelo setor ferroviário. Mario Dirani ocupou o cargo entre 2011 e 2016, período em que o PR comandou o Ministério dos Transportes.

Há vagas O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL) disse à bancada do PSL nesta quarta (12) que os líderes do governo na Câmara, no Senado e no Congresso não serão necessariamente do partido. Futuros integrantes da bancada, Julian Lemos (PB) e Major Vitor Hugo (GO) estão interessados.

Terceira via Embora Bolsonaro diga que não vai se meter na disputa pelo comando das duas Casas do Congresso, articuladores do seu futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), têm apontado Esperidião Amin (PP-SC) como boa opção no Senado.

Táxi aéreo Nos preparativos para sua posse como governador de São Paulo em janeiro, João Doria (PSDB) pediu ao governo estadual um helicóptero para levá-lo da Assembleia Legislativa até o Palácio dos Bandeirantes e depois até o Campo de Marte, de onde seguirá de jatinho até Brasília para a posse de Bolsonaro.

Acelera Com a cidade vazia no dia da posse, um feriado, e o auxílio de batedores para abrir passagem, Doria poderia cumprir o trajeto entre um evento e outro em poucos minutos se abrisse mão do helicóptero, dizem funcionários envolvidos com a discussão.

Fila de espera O tucano quer um helicóptero para ele e seus acompanhantes e outro para o vice, Rodrigo Garcia (DEM). Ainda não há definição sobre o assunto e falta acertar vários outros detalhes. Os convites para a posse, por exemplo, não foram enviados até agora.

Porta de saída Tendem a aumentar as pressões para que o PSDB puna o senador Aécio Neves (MG), novamente alvo de buscas da Polícia Federal nesta semana. O deputado Major Rocha (AC) apresentará à comissão de ética da sigla pedido de expulsão do mineiro.

Uni-duni-tê O ex-governador Geraldo Alckmin (SP) disse a aliados nesta semana que vê com simpatia a possibilidade de o senador Antonio Anastasia (MG) assumir seu lugar como presidente do PSDB em 2019. Doria prefere o deputado Bruno Araújo (PE).

Visita à Folha Jorge Werthein, assessor especial de Manuel Otero, diretor-geral do IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), e ex-representante da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no Brasil, visitou a Folha nesta quarta (12).


TIROTEIO

A leitura do texto do AI-5 deveria ser obrigatória para todos os que supõem que não houve uma ditadura militar no Brasil

Do historiador Carlos Fico, professor da UFRJ, sobre o ato institucional que há 50 anos endureceu o regime inaugurado pelo golpe de 1964

(Ricardo Balthazar (interino), com Thaís Arbex e Julia Chaib)