Investigação sobre amigo de Bolsonaro depende de quebra de sigilos para avançar

Seguindo rastros Funcionários familiarizados com as ações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) dizem que só será possível entender a dimensão das transações identificadas nas contas de assessores da Assembleia Legislativa do Rio se os investigadores quebrarem o sigilo fiscal e analisarem as contas telefônicas dos envolvidos. O Ministério Público do Rio recebeu nesta segunda (10) informações do Coaf sobre pessoas que trabalharam para 22 deputados, entre eles Flávio Bolsonaro (PSL).

Lupa no extrato Embora o Coaf não tenha encontrado informações que liguem essas transações a ilícitos, chamou a atenção dos auditores o fato de terem sido  fracionados os pagamentos que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), diz ter recebido por um empréstimo de R$ 40 mil ao policial Fabrício José de Queiroz.

Pressão da base As suspeitas existentes sobre as contas do ex-assessor do filho de Bolsonaro, que movimentou R$ 1,2 milhão em transações consideradas atípicas pelo Coaf, causaram incômodo em integrantes da futura bancada do PSL. Muito conectados às redes sociais, eles têm recebido cobranças de eleitores.

Fale por nós O presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), e Eduardo Bolsonaro trabalham para ungir o deputado Delegado Waldir (GO) como líder da bancada a partir de fevereiro nesta quarta (12), quando a bancada se reunirá com o presidente eleito em Brasília.

Fale por eles O nome do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), que tem simpatia dos militares, ganhou força para ser indicado como líder do governo na Câmara no ano que vem.

Contas a pagar Ao arquivar o caso em que analisou a reação do ex-juiz Sergio Moro a uma ordem para soltar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em julho, o corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, deixou em aberto o destino de outros processos que ele enfrenta.

Deixa para lá Martins isentou Moro de culpa nesta segunda, mas o ex-juiz queria que o caso da prisão de Lula fosse arquivado pelo fato de ele ter deixado a magistratura, sem análise de mérito. Um dos processos pendentes no CNJ discute a conduta de Moro ao aceitar ser o ministro da Justiça de Bolsonaro.

Cartão de visitas Nas semanas que antecederam sua escolha para comandar o Ministério do Meio Ambiente, Ricardo Salles reuniu cartas de recomendação de representantes de vários setores empresariais para levar a Bolsonaro.

Serviços prestados Em nome do mercado imobiliário, o presidente do Secovi de São Paulo, Flavio Amary, disse que ele “desburocratizou processos” e “promoveu a segurança jurídica” em sua temporada como secretário do governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Nosso lado A Sociedade Rural Brasileira disse a Bolsonaro que Salles “conciliou os interesses do produtor rural pelo aumento da produtividade com as questões ambientais de forma objetiva, sem ideologias e priorizando o respeito às leis e às instituições”.

Em alerta Depois do assassinato de dois integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) na Paraíba, no sábado (8), dirigentes de centrais sindicais pediram uma reunião com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, para discutir a proteção aos movimentos sociais.

Dinheiro em caixa Com a assinatura do contrato de venda das ações da Cesp para o grupo Votorantim e um fundo de pensão canadense, nesta segunda-feira, o estado de São Paulo receberá R$ 1,7 bilhão antes da virada do ano e da posse do governador eleito João Doria (PSDB).

Visita à Folha Fábio de Salles Meirelles Filho, presidente do IPA (Instituto Pensar Agropecuária), e João Henrique Hummel, diretor-executivo, visitaram a Folha nesta segunda (10). Estavam acompanhados de Ricardo Hasson Sayeg, advogado, e Danielle Arouche, coordenadora de comunicação do IPA.


TIROTEIO

A nomeação preocupa por causa da inexperiência e da passagem rápida, fraca e conturbada como secretário em São Paulo

De João Paulo Capobianco, do Instituto Democracia e Sustentabilidade, sobre a escolha de Ricardo Salles para ser o ministro do Meio Ambiente

(Ricardo Balthazar (interino), com Thais Arbex e Julia Chaib)